Ser
amável com a mãe não é difícil. Demonstrar sentimentos de amabilidade com o ser
feminino também não é difícil. Agora, mostrar amabilidade escancaradamente com
nosso pai é difícil! Trava! Porque este gesto de amabilidade é tão truncado entre
pais e filhos? Não é porque não existe este sentimento entre eles. Esta
amabilidade é tão forte que muitas vezes nem imaginamos a sua dimensão e
profundidade. Talvez todo este sentimento fique preso no inconsciente pela
cultura de que homem que é homem não expressa seus sentimentos de carinho. É a
mesma coisa de quem diz que homem não chora. Eita besteirada! Homem chora. Homem
tem sentimentos de carinho sim!Amor de homem, de pai também existe. É tão forte
como amor de mãe.
Na
infância o amor de homem,pais e filhos é intenso e com o tempo vai rareando.Na
velhice volta intenso novamente.Nesse hiato entre a infância e a velhice parece
que se distancia o sentimento entre eles, mas ele vive camuflado.Na verdade ele
não rareia, fica escondido e continua intenso e cuidadoso. A qualquer perigo que
ronde os filhos eles reaparecem. Quando ele reaparece, transluz.É como se fosse
uma reconquista da infância. Uma reconquista do abraço.A reconquista de um
beijo na face. Do olhar. A reconquista do conselho dado. Pais e filhos se
reencontram intensamente em todas as fases da vida. Cada fase do seu jeito. Não
pense que nessa fase intermediária esse amor não exista tão intensamente.
Existe sim!Neste período, quando lentamente vamos crescendo,se estabelece um
amor de um jeito diferente. Um amor de pai no sentido de defender os filhos do
mundo que contextualiza as suas vidas. Um amor que protege.
Não
é fácil ser pai em uma sociedade patriarcal. Os pais estão bem diferentes de
outros tempos. A maioria ajuda nos fazeres da casa. Alguns levantam com a mãe
para cuidar quando o filho exige noites mal dormidas. Uma febre, uma gripe ou o
reclamo de uma dor invisível. Os pais adoram um abraço. Quem já não ouviu a
frase “pai que é pai tem que participar”. As coisas já mudaram tanto que tem
pai que assume a paternidade dos filhos sozinho. Diga sem medo que você ama
muito seu pai. Se você não pode dar um presente, a crise está feia, dê um
abraço. Faça um almoço do jeito que ele gosta. Talvez ele até faça um gesto de
indiferença, mas seus sentimentos internos estão borbulhando de alegria. Não se
esqueça de que tem pai à moda antiga, que tem que manter aquela seriedade
espartana. Se o seu pai virou uma estrelinha, busque-o na memória e reviva os
bons momentos que passaram juntos. Só entrenós, pai que é pai adora um gesto de
amabilidade.
Parabéns pelo texto
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