quinta-feira, 27 de abril de 2017

CIÚME DEMAIS NÃO É BOM


Não tenho dúvida de que o ciúme destrói o amor entre duas pessoas. Não tenho dúvida que o ciúme destrói uma pessoa.

O ciúme vai corroendo e criando um comportamento que vê perigo em tudo. O ciumento vê perigo na mãe da pessoa amada, vê perigo nos irmãos da pessoa amada. Tem ciúmes dos amigos das pessoas amada. Sente ciúmes de qualquer pessoa que se aproxime do casal.

O ciúme é uma coisa tão louca que se mata em seu nome. O ciúme e a posse do outro andam juntos.

O ciúme é tão bestial que a pessoa não consegue organizar suas idéias e ações e acaba fazendo alguma merda. O ciúme demasiado não é boa coisa. É sinal vermelho.

O ciúme é provocador de muitos outros instintos ocultos. Ele isola. Ele distancia as pessoas que um dia amamos tanto. O ciúme provoca lágrimas.  O ciúme provoca ódio. O ciúme e a baixa autoestima andam de mãos dadas.

O ciúme age dissimuladamente. Ele é um sentimento da natureza humana e precisamos aprender a lidar com ele. Devemos temperá-lo com bom senso e cautela. Sempre vigiando.

O ciúme é sorrateiro. Quando nem percebemos, ele toma conta da gente. O pior é quando não percebemos que ele tomou conta da gente. O pior é quando não queremos ouvir de alguém que o ciúme tomou conta da gente.

Este ciúme doentio é danado para estragar a vida da gente. O ciúme aumenta o sentimento de insegurança. O ciúme gosta de pegar a gente distraída...

O ciúme, quando se instala, faz a gente se armar e ver defeito em tudo que possa tirar a nossa segurança emocional. Vivemos em constante guerra com os outros e com a gente. Vivemos preparados para defesa. Vivemos preparados para atacar.

O ciumento em desequilíbrio precisa do seu afeto. Precisa ser cuidado. Precisa de cuidados para não ferir a si mesmo e a quem ama.
O ciúme é desagregador. O ciúme em excesso bloqueia nossos sentidos. O ciúme e o egoísmo andam juntos.


O ciúme não é um sentimento de quem só ama, é de quem odeia também. O ciúme não é um sentimento de um casal. O ciúme está em todas as pessoas com menor ou maior intensidade. Muitas vezes o ciúme provoca tragédias como tantas que conhecemos...

quarta-feira, 19 de abril de 2017

“O CLIENTE NUNCA TEM RAZÃO”


A minha amiga Linda não é a primeira a reclamar do péssimo atendimento em alguns serviços de Cotia. Outros amigos têm reclamado constantemente da falta de educação e do desdenho com os clientes. A máxima “O Cliente Sempre tem Razão”parece que caiu em desuso, há muito tempo. Concordo com alguns amigos quando propõem que se devam dar cursos de formação aos que não sabem atender a um cliente.Será que só curso de formação melhoraria a educação destes trabalhadores? Inquietações: Como abordar um cliente? Como se deve reagir ao ser abordado por um cliente?Como anotar para não se esquecer e dar o retorno, por exemplo, de exames que o paciente fez? Resultados de exames não podem cair no esquecimento. Se o cliente depois de dias cobrar o resultado do tal exame, o atendente, funcionário ou servidor jamais poderá ser mal educado ao telefone. Jamais poderá falar irritado, como se o cliente não tivesse razão. Afinal, é o cliente, paciente ou freguês que mantém sua empresa de pé.

Liguei para vários amigos de outros estados e cidades para falar sobre o tema abordado. As resposta parece que foram combinadas, pois todos, sem exceção, pautaram o desdenho e a grosseria daqueles que atendem em diversas profissões. Os piores comportamentos vistos por todos, inclusive em Cotia, são o celular e o mau humor. Você chega ao balcão e o atendente mal olha pra você, pois o celular é mais importante que o cliente. O mal humorado te recebe de cara emburrada como se você estivesse atrapalhando seu dia. Pior ainda é quando alguém que te atende não sabe explicar sobre o produto que está vendendo. Exemplo, quando você vai comprar um celular e o atendente e a chefia não sabem explicar com funciona o aparelho. Chegam a inventar recursos que o aparelho não tem. Será que o aumento do consumo nas últimas décadas e consequentemente o aumento dos clientes fez com que os funcionários pouco se importassem com as pessoas que deveriam tratar bem?Tanto faz para eles?

Em meados da década de 70 trabalhei como empacotador no Hipermercado Eletroradiobrás,na Rua Butantã, em Pinheiros.Todos os dias, antes de começar o trabalho, tínhamos uma preleção de como atender bem o freguês. (Naquela época o cliente era chamado de freguês, antigo né?) Usávamos calça marrom, sapatos pretos bem engraxados, camisa bege com gravata marrom, e antes de iniciar as atividades passávamos por uma revista. Hoje não existe a figura do empacotador. Quem empacota é o próprio cliente,e ainda tem que comprar o saquinho de compras. Talvez as empresas do terceiro setor, diante de tanta demanda,não achem importante investir em formação. Entre os amigos, o que tem de reclamação de dentista e advogado de serviço iniciado e não terminado ou não cumprido como reza o contrato, é demais. Ressalvo aqueles que respeitam seus clientes. Ressalvo aqueles que exercem sua função com ética e respeito.


Ora, o que é inadmissível é quando o atendente age com preconceito em relação ao cliente, com consentimento do patrão. Aconteceu comigo e conto: Em Campos do Jordão fui almoçar com minha família em um restaurante alemão na praça da cidade. Um garçom jovem me disse que naquele dia não iam servir almoço. Quando virei as costas, percebi que uma família tinha sido muito bem atendida e acolhida em uma mesa. Fiz um bom escândalo. Qual o critério que vocês usam para atender as pessoas que vêm aqui? É a roupa? É o cartão? É cor da pele? O jovem perdeu a cor e ficou branco igual a uma seda, e a dona, que apareceu no calor da discussão, pedia desculpas. Em que mesa o senhor quer sentar? Fique à vontade! Vamos dar um bom desconto. O legal de tudo isto foi quando me virei para ir embora e vi que estava sendo aplaudido pelos clientes. Depois peguei bronca de Campos do Jordão e nunca mais voltei.   Moral da historia: O cliente sempre merece ser bem tratado. Não é verdade?

terça-feira, 18 de abril de 2017



Cara Professora Alexandra Mariano,

seu protesto no pátio da Escola Municipal Jornalista Maria do Carmo de Almeida,no Jardim Stela Maris, em Cotia, chamou a atenção pela sua coragem. Muitos diriam que você não deveria ter feito este protesto reivindicando direitos adquiridos em atraso há anos, no dia em que o Prefeito e a Primeira Dama foram entregar ovos de Páscoa para as crianças da sua escola (Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer – Geraldo Vandré). Outros tantos se juntarão à sua causa e apoiarão integralmente sua ação desesperada em mostrar que alguma coisa não está bem na educação da sua cidade.

Querida Professora Alexandra,o seu protesto não foi feito nem na hora e nem no lugar errado. A escola é seu lugar de convívio.O que não é certo é alguém da comitiva do Prefeito chamá-la de ridícula na frente dos seus alunos. 


                       Professora Alexandra Mariano

Professora, sua coragem deveria contaminar a alma dos seus colegas. Sua coragem deveria contaminar aqueles que se acovardam diante da luta. Sua coragem deveria lembrar aqueles que se esqueceram de que são professores, quando assumiram cargos burocráticos e agora agem como algozes. Muitos colegas ficarão com medo de conversar com você, preocupados com alguém do poder estar vendo. Muitos verão em você a coragem que eles não tiveram. Outros tantos se sentirão motivados e verão que o caminho é a resistência. Querida Professora, continue assim, corajosa e apaixonante, porque não é ridícula. Você, como tantas outras professoras, ensinam as crianças e depois os adultos a olhar o mundo através da palavra e do conhecimento.


Querida Alexandra Mariano você é educadora, não é ridícula! Você é luz para seus alunos. Não se sinta sozinha na sua caminhada...

sábado, 15 de abril de 2017

DOMINGO DE PÁSCOA


Recebi em sonho, esta noite, um anjo que queria conversar a todo custo. Em sono profundo, não consegui entender direito o que o anjo queria dizer. Ele gesticulava nervosamente e dizia: acorda, quero conversar com você. Acorda! Acorda!  Tenho pressa... Ainda ensonado,lentamente fui percebendo aquela imagem linda que insistia em chamar minha atenção. É Domingo de Páscoa! Abri os olhos e pude vê-lo em seu esplendor. Todo de branco,os cabelos encaracolados, com o dedo em riste me cobrando se eu tinha lido o e-mail deixado em minha caixa postal há uma semana. Quando ia responder que não tinha visto,ele interrompeu:“Poxa, cara,e-mail é pra ser visto todo dia!”. Fiquei desconcertado. Como um anjo do bem poderia falar comigo daquele jeito?Alguma coisa boa ele tinha a dizer.

Pensei com os meus botões, será que me enviaram um destes anjos rebeldes?Será uma pegadinha? “Não sou rebelde coisa nenhuma!” - disse o anjo, enfático. –“E ainda leio pensamentos, tá?”“Olha, antes de você se empanturrar de comida e organizar seu cardápio para hoje,quero perguntar como você está.” Gaguejei ao responder e ele me interrompeu novamente. “Como está seu coração? Como está sua família? Antes que você coma um monte de chocolate, quero saber se anda cuidando de você. Não quero saber dos outros. Quero saber de você.” E continuou:“A Páscoa é um dia de ressurreição. Um dia de refletir onde erramos e acertamos e tocar a vida. Sem culpa. Carregar a vida com esperança. Antes de estender a mão aos outros,você estendeu a mão a si mesmo?”E antes que eu elaborasse qualquer resposta, de novo, o tal anjo rebelde pegou em minha mão e levou-me a um campo de girassóis e calmamente me disse: “Fique aí pensando em você mesmo.”.

Enquanto pensava nos erros e acertos e nas possibilidades de renascer,na possibilidade de mudar o rumo da minha vida,de tornar-me gente melhor neste mundão,o anjo reapareceu com outros anjos. Gente, era muito anjo! Anjo de todo jeito. Anjo de todo lugar do mundo. Em pensamento imaginei pra que tanto anjo assim. Um deles saiu daquela multidão eme disse:“Está preocupado com o quê?” -Até fiquei sem graça. Caramba! Aquele era um anjo malcriado. Nunca imaginei que pudesse encontrar um anjo assim, sem educação.Mal acabei de pensar, ele respondeu, na lata: “Eu não sou malcriado não, rapaz!”. Que loucura! Nesse momento, o primeiro anjo, o meu anjo, se aproximou e perguntou delicadamente se eu tinha feito uma reflexão sobre a minha existência aqui na terra. Pensei em responder e, de novo, ele me interrompeu: “Devemos pensar nos outros quando estivermos preparados. Antes de estender a mão a alguém,primeiro conheça a si mesmo. O mundo precisa de compaixão. O mundo precisa de solidariedade. O mundo precisa de gente que se conheça. Vá seguir sua missão...”

Um barulho me tirou do sono profundo e me acordou.Era gente chegando para ajudar a organizar o almoço do Domingo de Páscoa. Fiquei por alguns instantes pensando que sonho teria sido aquele. Qual o conselho que aqueles anjos queriam deixar? Qual a moral da História? Bem,a vida continua... um bom Domingo de Páscoa a todos.