tag:blogger.com,1999:blog-61770746691216593512024-03-19T05:35:53.930-07:00MEMÓRIAS DE COTIA E OUTRAS CONVERSASProfessor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.comBlogger76125tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-58035304912355234492020-07-30T14:43:00.002-07:002020-07-30T14:43:17.377-07:00PANDEMIA: VOLTA ÀS AULAS<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Será que esta é uma boa hora de
voltar às aulas, quando a Covid-19 não mostra sinais de arrefecimento? </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O anúncio dos Estados e
Municípios da volta às aulas presenciais nas próximas semanas, provocou certa
insegurança e medo nos pais em mandar seus filhos à escola. Os pais têm toda razão
em estarem inseguros.O Brasil é o segundo país do mundo em número de vítimas
pela Covid-19. O Brasil já registrou 90 mil mortos e está caminhando rápido para
a cifra significativa de 100 mil,e mais de dois milhões e meio de infectados.
As previsões não são nada otimistas. A média diária de mortos chega a mais de
mil e tem assustado o país e provocado muita incerteza na população. Olhando
para o mundo, a onda da pandemia já infectou mais de 15 milhões de pessoas.
Deste total, 10 milhões dos infectados estão na Índia e nos EUA. Os EUA detêm
quatro milhões de doentes. Os dados são alarmantes e a Covid-19 globalizou-se
há tempos.O total de mortos no mundo chega a mais de 620 mil.<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para voltar às aulas neste
momento de incerteza é preciso pensar em três pontos importantes:o primeiro é
que o Estado Brasileiro não assumiu a liderança devida nesta crise sanitária
que assola o mundo e o país. Até agora foram trocados vários ministros e o
atual é ministro interino, sem ter formação na área médica. Os Estados da
federação e os municípios assumiram essa responsabilidade sozinhos e de forma
isolada,sem uma política clara que coordene uma ação sanitária nacional.Daí
advém parte do pânico e medo dos pais em mandarem seus filhos de volta às aulas.
Outro ponto nada positivo é a “politização” do vírus. Teorias conspiratórias
absurdas sobre o coronavírus-19 aparecem a todo o instante. As redes sociais,com
todo seu poder de informação, são utilizadas para desinformar seus usuários com notícias
falsas. Lamentável. O último ponto: é preciso elaborar protocolos sanitários
sérios, para que os pais passem a ganhar confiança em enviar seus filhos à
escola. Neste ponto as entidades de classe, ONG’s e instituições internacionais
já apresentaram protocolos sanitários e cuidados importantes no caso de volta
às aulas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma contribuição também
importante é buscar conhecimento em países em que as aulas já se iniciaram. Temos
que considerar que alguns países tiveram que voltar atrás na decisão de iniciar
as aulas com a verificação do aumento da contaminação dos alunos. Não podemos
jogar com a sorte quando se trata vidas humanas. Voltar às aulas no Brasil significa
termos que pensar na dimensão das redes de ensino pública e privada. Temos no
país mais de 181 mil estabelecimentos escolares. Segundo dados do MEC
(Ministério da Educação) de 2018,a educação básica tem mais de 48 milhões de alunos
ou matrículas. Desse total de matrículas, mais de 39 milhões estão em escolas públicas
e quase nove milhões estão em escolas particulares. O desafio de colocar esta
estrutura para funcionar novamente é imenso. Talvez não seja a hora de voltar às
aulas presenciais.A participação de todos os segmentos da sociedade em um plano
de ação sanitária é importante, tanto quanto sua responsabilidade e
envolvimento na volta dos alunos às aulas presenciais. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As modalidades de ensino no
Brasil assistem alunos que vão da creche ao Ensino Médio. Todos os alunos voltariam
às aulas de uma única vez? Os alunos das creches(de 0 a 3 anos)?Os alunos da
pré-escola (de 4 a5 anos)? Os alunos do Ensino Fundamental l e ll (de 6 a 14
anos)? Os alunos do Ensino Médio (de 15 a 17 anos)? Quem voltaria primeiro?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não podemos nos esquecer dos alunos da EJA (Educação
de Jovens e Adultos) e dos alunos da Educação Especial. Ora, o desafio não é
apenas sanitário, mas também pedagógico e logístico. A volta deste sistema imenso
conta com dois milhões e meio de professores, sem contar com funcionários
administrativos e operacionais das escolas. Não são apenas números, é gente que
tem família, e muitas estão impactadas com a morte de entes queridos.Como
voltar às aulas neste momento?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com a súbita chegada do coronavírus-19,
municípios e estados implantaram o ensino remoto ou emergencial (ensino à
distância). Porque não os manter até o final do ano, mesmo sabendo da sua
precariedade,da sua ineficiência? Teríamos um tempo maior para organizar uma
avaliação diagnóstica em relação ao aprendizado dos alunos. Elaborar projetos
de recuperação. Pensar em saídas, sem correria. Sabemos que os alunos que vivem
em estado de vulnerabilidade social já estavam perdendo e perderão mais ainda
com a pandemia. Os projetos de recuperação destas crianças têm que ser sérios e
eficientes.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Vidas humanas salvas valem
muito mais do que um ano letivo perdido.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Marcos Martinez </div>
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-7977051699589029812020-06-22T17:56:00.004-07:002020-06-22T17:57:49.744-07:00OS MENINOS DA RUA CEARÁ <br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: 14pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Dedico este texto
ao meu amigo de infância Ernesto Brambilla, que venceu a Covid-19.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Cenário: Votuporanga,
início da década de setenta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Os meninos da Rua Ceará acordavam bem cedo.Todos os dias
tinham tudo definido,um planejamento de quais seriam as atividades daquele dia.
Eram livres e mal vistos pelo engomadinhos. (Risos.) O encontro da turma se
dava no final da Rua Ceará com o cruzamento da Rua Santa Cruz, em frente à
venda do Venâncio Japonês. Os meninos, pré-adolescentes,tinham cara de marrentos
e alguns andavam descalços,de calção e sem camisa. Alguns pais recomendavam aos seus
filhos para não andarem com os meninos levados da rua.Mas, sem os pais saberem,
seus filhos andavam conosco escondidos. Não fazíamos nada de mal, vivíamos
nossa infância com intensidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Éramos chamados de moleques de rua, com todo orgulho. (Risos.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">No dia em que o calor estava insuportável,a busca era pelos
córregos, tanquinhos e rios para refrescar do calor intenso do interior de São
Paulo. Muitas vezes os tanquinhos formavam-se naturalmente ou eram represados
por nós. Divertíamo-nos.Aqueles que nadavam mais abusavam da sorte nos pulos e
mergulhos. Às vezes encontrávamos um barranco ou uma árvore para fazer de
trampolim. Era uma diversão indescritível,andávamos quilômetros em busca de um
rio para nadar e brincar. Quantas vezes não salvamos os amigos de afogamento.
Muitas! Eu fui um deles. É bom lembrar que a maioria de nós ia escondida dos
pais. Um protegia o outro. Éramos uma irmandade. Éramos bons de briga. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Depois que o tempo passou é que percebemos que tínhamos umas
brincadeiras bestas e nojentas. De manhã ou em qualquer hora do dia, se alguém estivesse
comendo um lanche e um de nós chegasse, logo gritava “metadinha”! A vítima tinha
que dividir o lanche. Dava uma raiva quando o lanche era bom! Às vezes,
marotamente, quando percebíamos que alguém ia dar o bote da metadinha, dávamos
uma cuspida no lanche para que outro não pegasse a metade do saboroso lanche. Brincadeira
mais...Outra brincadeira era colocar apelido. Quando o moleque não gostava de tomar
banho, recebia o apelido de Macuco (com sujeira encrostada na pele).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Os meninos da Rua Ceará eram terríveis, mas viviam uma
infância sadia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Todos os dias eram dias de futebol de rua. Éramos
influenciados pelo time que torcíamos e pela seleção brasileira de setenta. Assim
organizávamos a pelada: colocávamos latinhas na rua para marcar o lugar do gol. Ali
acontecia o jogo com disciplina criada por nós e respeitada por todos. Nesse
campo improvisado a bola corria solta. Mas,montavam-se os times e o campeonato
com um número de gols definido, para que desse tempo para todo mundo brincar de
bola. Todos os times jogavam. Sempre tinha um vizinho chato que não gostava do
barulho das crianças aos gritos de gol e ameaçava não devolver a bola caso
caísse no quintal dele. E às vezes não devolvia mesmo! Quando não jogávamos
bola na rua procurávamos um quintal baldio para organizar um campinho. As
traves eram de bambu. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Sonhávamos com a ideia de sermos jogadores de futebol
profissional. Só sonho. (Risos.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">As brincadeiras de rua eram várias: esconde-esconde, raquete,bola
queimada. Salva pega, passa anel (nessa de passa anel, muitos conseguiram o
primeiro beijo da sua vida) e tantas outras. Algumas nem lembro mais do nome. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Tinha dia que a Rua Ceará parec<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>ia um
formigueiro de crianças. Os meninos tinham uma coisa engraçada: ficavam de mal
entre eles e cruzavam os dedos para mostrar a insatisfação. E ficavam sem
conversar um tempo, mas aos poucos, e depois de alguém intermediar,voltavam à
conversa. Como se não tivesse acontecido nada entre eles.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Íamos longe de casa para buscar melancia e procurar pomar de
laranja.Levamos carreirão de gente e de cachorro. Muitos! Adorávamos os pés de jabuticaba
que ficavam ao lado da minha casa. Quem não gostava da nossa visita ao
jabuticabal era o dono, que nos colocava para correr com uma espingarda de
sal.Quem ele acertava ficava com uma mancha vermelha durante muito tempo e
ainda ardia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">PS: Que infância maravilhosa que tivemos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Marcos Martinez <o:p></o:p></span></div>
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-1110133466044710422020-05-28T14:42:00.001-07:002020-05-28T14:42:11.106-07:00LIBERDADE DE IMPRENSA, SEMPRE!<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Na última visita do chefe do budismo tibetano no Brasil, o
Dalai Lama, tive o prazer em conhecê-lo, no Templo Zu-Lai em Cotia. Sempre uma
fala centrada objetivamente na preservação da vida humana. Um defensor ferrenho
dos regimes democráticos e da liberdade de imprensa. Ouvir o Dalai Lama falar
sobre cidadania eleva a alma. Nessa mesma época concedeu uma entrevista enfatizando
a importância da liberdade de imprensa e a ilustrou usando como exemplo a
tromba de um elefante. A tromba, que busca muitas vezes o que não é visto e
o traz à tona. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">CERCADINHO DO TERROR<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Os jornalistas do cercadinho do presidente, todos os dias têm
sido hostilizados no Alvorada.É triste constatar que o maior incentivador destes
ataques ostensivos à imprensa seja o Presidente Jair Messias Bolsonaro. Sempre visivelmente
irritado com as indagações dos jornalistas, não aceita ser questionado. O pretexto usado
pelo presidente é de que a imprensa é mentirosa e o persegue. Trilhando seu
caminho de intolerância e ódio, vêm seus apoiadores com um caminhão de
impropérios proferidos aos jornalistas. É visto com clareza que alguns bolsonaristas gritam
alucinados em completo êxtase: comunistas, vagabundos, safados e aí vão os
diversos palavrões. Os jornalistas no cercadinho mantêm a postura e o silêncio,
comportando-se com a maior civilidade do mundo. A que ponto de fanatismo
chegamos? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">INDIGNE-SE<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Agora é ahora de se posicionar e se solidarizar com os
jornalistas que exercem seu trabalho com dignidade. Um governo <a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>eleito
democraticamente não pode ter medo da imprensa livre. O que se esconde por trás
deste medo da imprensa? Os jornalistas não podem se acuar diante das
intimidações dos lunáticos do cercadinho do ódio. Aludindo à tromba do elefante
do Dalai-Lama, a imprensa tem que continuar trazendo à tona todas as informações
possíveis,evitando que se esconda qualquer coisa de baixo do tapete. A liberdade
de imprensa é um dos alicerces da democracia.A maioria dos brasileiros não
compactua com essa agressividade com os jornalistas, vistas todos os dias. São
cenas humilhantes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">PS: A cada dia os traços autoritários e antidemocráticos do
presidente evidenciam-se mais e mais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Marcos Martinez <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-17780666420190449892020-05-05T17:58:00.000-07:002020-05-05T17:58:11.935-07:00DIAS DAS MÃES<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Este ano será diferente dos outros, vou escrever sobre a
visão que tenho da minha mãe. Escrever como eu a vejo. Porque você também não
escreve sobre a visão que você tem da sua mãe? Escreva! Conto:A minha mãe não é
uma mãe de barriga, mas de adoção. Esse gesto de adotar um filho é
profundamente humano. Pense nisso. Aqui entre nós, ela é minha mãe de verdade!
Deu-me um nome e sobrenome. Educou-me com seu jeito. Sempre pensando no meu
bem. Imagine minha mãe com vinte e um anos,recebendo em seus braços com toda
dedicação e carinho seu filho recém-nascido. Mulher vaidosa, bonita e
inteligente. Adorava organizar as festas do meu aniversário. Cada festa era
melhor que a outra. Doces e mais doces. As minhas roupas de criança eram
impecáveis. As festas faziam com que me sentisse aceito e amado. As festas
reuniam toda família.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">No álbum de fotografias em preto e branco as imagens são
vivas. Os falatórios, sorrisos e a mesa farta estão ali registrados. Às vezes
sinto que aquelas fotos falam comigo. Sinto o cheiro das pessoas. O aroma da
comida. Nas fotos em preto e branco os vestidos coloridos com estampas de flores
de minha mãe eram lindos. Ressaltavam seus olhos azuis. Quando mexo no álbum de
fotografias sinto-me protegido. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Minha mãe adorava passear. Eu adorava acompanhá-la. Sempre
visitamos suas irmãs e seus irmãos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sabe
aquela cena de cinema que a mãe puxa o filho pelo braço quando ele está
cansado,lembra?Minha mãe fazia igualzinho comigo. Mesmo as pernas não aguentando
mais a caminhada, chegava ao destino. Sentia-me tão seguro com ela. Tantas
outras histórias em que minha mãe estava presente podem ser contadas!<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">O tempo nessa época passava tão de devagarzinho! Ele passou
lentamente e prazerosamente... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A primeira vez que vi minha mãe chorar foi quando abandonei a
escola com dez anos. Todos os conselhos foram dados para que eu não abandonasse
os estudose não foram ouvidos. Preferi trabalhar a estudar. Tem coisa que a
vida não permite voltar no tempo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sabia
no meu íntimo que o desejo da minha mãe era que eu voltasse a estudar. Foi um
tempo emocional difícil. Anos depois, percebi e sentio porquê das lágrimas da
minha mãe.Senti o quanto o estudo me fazia falta. Ela tinha razão. Com todo
jeito,sempre me falava da importância de estudar. Sempre querendo meu bem.
Lembranças:Tenho guardado nitidamente na minha memória minha mãe vestida de
colegial indo para a escola. Sempre correndo atrás do que desejava. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Minha mãe é professora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Adorava conversar com
minha mãe. Às vezes ficávamos horas e horas conversando sobre as dificuldades e
alegrias que passamos juntos e vencemos. Sempre fui um filho que exigiu muita
atenção da minha mãe. Do jeito dela estava ali presente,como que dizendo “olha
filho, estou aqui”. Às vezes eu não enxergava. Mas ela não desistia de mostrar
que me amava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Hoje minha mãe tem oitenta anos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Falo com ela quase todos os dias. Aprendi a cozinhar com ela.
Aprendi a cuidar de uma casa, ainda pequeno, como gente grande. Às vezes
insistentemente, digo que a amo. Só para ouvir de volta que ela me ama também.
Coisa de gente carente. (Risos.) Aqui contei só um pedacinho da minha história
com minha mãe. Tem tantas coisas a serem contadas ainda... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Marcos Martinez <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-56265020600065385002020-03-20T21:11:00.001-07:002020-03-20T21:11:14.214-07:00“A HISTÓRIA NÃO SE APRENDE - APRENDE-SE”- Lucien Febvre<br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">PESTE NEGRA</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">A Peste Negra se deu em dois momentos da humanidade, na Antiguidade e na Idade Média, época em que seu período de duração foi, aproximadamente, de quatrocentos anos. Como as pessoas se comportavam psicologicamente diante deste flagelo humano? Ela provocou tensões sociais entre ricos e pobres: ódio um pelo outro. Os pobres foram os mais atingidos, com a falta de saneamento e condições precárias de moradia. A</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">s minorias também foram perseguidas: judeus e leprosos, acusados injustamente de contaminar as águas dos rios e poços com a doença. O número de seitas flagelantes cresceu assustadoramente. As pessoas que eram acusadas de espalhar a doença eram perseguidas e castigadas. Outra explicação é que se tratava de uma vingança de Deus. A penitência era uma saída para se salvar da peste e dos pecados.</span></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-78313180623275000632020-01-27T18:05:00.000-08:002020-01-27T18:05:06.839-08:00O TOMATEIRO AQUI DE CASA TEM VIDA<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Que importância pode ter um tomateiro em nossas vidas? Talvez
nenhuma! Risos. Pode até parecer uma incoerência tratar de tomates,diante de
tantas coisas mais importantes a serem discutidas. Não é bem assim... Eles têm
seu valor. Mas o tomateiro aqui de casa está cheio de significados. Os dois pés
de tomates daqui, por que incrível de pareça, ensinam. Isso não é absurdo! Quem
plantou as sementes foram as mãos abençoadas da Maria Karolina. Ela tem mãos
boas para plantar, tudo que planta fica vistoso e cresce bem rapidinho. Parece
que tem magia com a lida da terra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Os pés que floresceram foram semeados em um espaço minúsculo
e tiveram o mínino de cuidado que a planta merecia. Mas cresceram! Como
nasceram em um pedaço tão pequeno de terra? Coisas da natureza. Foram crescendo
como se não fossem vingar. Mas todos os dias eles chamavam nossa atenção.
Exigiam presença:jogar uma água. Organizar seu crescimento com um pedaço de pau
de vassoura para crescer ereto e alcançar a luz do sol. Cuidar das primeiras
flores e protegê-las dos insetos. Quando saíram as primeiras flores foi uma
alegria só, conversamos com elas como se fossem gente de carne e osso e alma.
Loucura! Ficamos mobilizados para as flores vingarem. Perceberam que escrever
sobre os tomateiros não é um assunto tão besta, como vocês imaginavam? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Parece bobagem ter afeto por um tomateiro. Mas não é não.Os
nossos dois pés passaram a fazer parte das nossas vidas,trazendo noções,
conceitos, sentidos. Observávamos e comentávamos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">−</span><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Olha!Aquele pé está crescendo mais
que o outro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">– É mesmo! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">−</span><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Coloque casca de ovo e borra de café
que ajuda a crescer mais ainda. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">−</span><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">As folhas daquele pé de tomate estão
ficando enferrujadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">−</span><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> Borrifa água e algumas gotas de
detergente que os insetos não se aproximam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Funcionou e as folhas voltaram a ficar bonitas. Fomos
surpreendidos algumas vezes, conversando sobre intimidades com os pés de
tomates. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Quando os primeiros frutos apareceram,ficamos em êxtase. Exclamamos:
Nossa que lindo! Como a natureza é bela.À mesa, tomando o café da manhã,
ficávamos espiando os pés de tomate. Eles estavam (e estão) ali toda a manhã,
estimulando o diálogo. Falávamos sobre o respeito à natureza. Como aterra e a
chuva são generosas. Quando chegava uma visita logo corríamos a apresentar o
tomateiro esplêndido.Avisávamos para não apontar o dedo para o fruto não cair.
Superstições à parte. Outro dia descobrimos que os imensos tomates estão
avermelhando. Estão amadurecendo. Vibramos. Viram como falar sobre dois pés de
tomates acaba sendo muito importante?Outra coisa que estes tomateiros fizeram: remeteram-me
a minha infância. Bom demais! Finalizando,há muito tempo eu<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>
não comia uma salada de tomate tão saborosa e sem agrotóxicos. Uma delícia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">PS: Plante um pé de tomate...<o:p></o:p></span></div>
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-10696439146034921422019-12-29T17:26:00.006-08:002019-12-29T17:26:57.418-08:00FESTAS DE FINAL DE ANO E FÉRIAS: JOGUE SEU ANIMALZINHO DE ESTIMAÇÃO FORA <br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com as festas do final de ano e
as férias,aumenta consideravelmente o abandono de animais de estimação. Entre
eles, cachorros e gatos lideram a lista de animais abandonados. Vergonhoso! Esses
animais são descartados como um objeto qualquer e perdem seu valor na medida em
que atrapalham o lazer do seu dono. Infelizmente. Depois das festas de final de
ano tudo se resolve, compra-se outro animalzinho de estimação para exibi-lo nas
redes sociais ou círculos sociais. Como bons samaritanos.Uma pessoa que não
cria vínculo de afeto com um animal doméstico, não pode ser considerada normal
(bom sujeito não é). Algum distúrbio emocional tem.Poxa! Os animais têm vida e
sentimentos assim como nós!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quem gosta de animal doméstico
cria um vinculo de afeto forte. Quantas histórias ouvimos dizer de crianças que
ficaram doentes com o desaparecimento do seu animal de estimação. Muitas! Quantas
pessoas adotam um animal e o tratam como da família. Muita gente tem uma
história de vinculo afetivo com seu animal que recolheu na rua. Quantas pessoas
adotam animais mutilados e descartados. Muitas! O mundo ainda tem salvação. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É lindo e emocionante ver o
trabalho de ONG’s que defendem animais de gente ruim. Gente sem sentimento
nobre. Essa gente que abre espaço da casa para acolher animais abandonados
merece respeito. Anima-me ver gente que possui um altruísmo fora do comum. Muitos
diminuem o conforto da sua própria casa para abrigar um animal de estimação. E
muitos outros acolhem centenas de animais num quintal de casa. O trabalho em
defesa de animais abandonados e mutilados tem aumentado bastante, ainda bem! Repetindo
como um mantra: o mundo ainda tem jeito.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enquanto isso... </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um carro de luxo com o farol
apagado, no início da noite, para em uma rua quase deserta, abre a porta e
solta um cachorro de raça, caríssimo. Descarta!E sai de mansinho como se nada
tivesse acontecido. Pasmem! Os filhos ainda pequenos participam da ação dos
pais. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aqui na cidade que moro tem um
lugar de descarte de animais de estimação. Tem gente sem nenhum pudor que diz onde
existe um lugar para abandonar seu animal de estimação sem correr riscos. Sem
remorso. Sem culpa e etc... Enquanto alguns abandonam seus animais, outros os
recolhem. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um final feliz </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Outro dia um carro com gente do “bem”abandonou
um gato lindo em uma rodovia movimentada, talvez com a esperança de que o gato
fosse atropelado. Um caminhoneiro viu a cena e parou o seu caminhão antes que o
gato fosse atropelado e levou-o em sua boleia. Não tenho dúvida que este gato
ganhou uma família de verdade. </div>
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-15217678375324458892019-11-26T12:38:00.000-08:002019-11-26T12:38:08.634-08:00Quem são os nossos professores?<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Começamos com uma informação nada positiva para nós. O Brasil está
ficando para trás em relação aos países mais pobres da América Latina. O que
diferencia estes países do Brasil, é que eles elegeram há anos o professor como o
principal protagonista para uma educação de melhor qualidade. Para isso ocorrer,eles
investiram e investem no aprimoramento da formação e na valorização do
professor. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Vamos agora formar um grande mosaico do perfil dos nossos
professores.Quem são afinal? Numericamente, temos 2.226.423 docentes divididos,
não igualmente, entre as redes pública e particular. Para ilustrar e dar
amplitude a esse mosaico, vamos inserir a opinião de alguns agentes nesse
cenário.Vejamos o que diz a Professora Andréia de Jesus Santos, do Ceará, sobre
a sua realidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A professora Andréia aponta alguns caminhos que não podem passar
despercebidos, de jeito nenhum. Ela joga luz sobre a importância da
participação da família na vida escolar. A relação da tecnologia e a escola. Como
lidar com isso? Aprimoramento continuado na formação profissional é
fundamental. Um aspecto muito positivo da escola em Itarema, sua cidade:a
equipe de professores vive no lugar onde trabalha.Isso é muito importante,pois conhecem
a comunidade nas suas entrelinhas,o que proporciona um campo fértil para a
implantação de projetos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Colocando mais um caquinho no nosso mosaico, temos no Brasil 1.780.000
docentes do sexo feminino e aproximadamente 450 mil do sexo masculino.
Continuando nossa caminhada,como anda a escolaridade dos nossos professores. Em relação
à escolaridade houve uma melhora significativa,apontada de forma crescente nos
dados estatísticos entre 2008 a 2018. 79,9 por cento dos nossos professores
têm curso superior. Mesmo assim existem algumas desigualdades, que trataremos em
outro momento. Outro dado a observar é que 70,4% por cento são formados em
escolas privadas.Algumas escolas privadas, como sabemos, têm apresentado
resultados negativos em suas avaliações. Esta informação nos diz claramente,
que um projeto de formação continuada para os nossos professores se faz
urgente.Agora, vamos ver o que diz o Professor José Teodoro Filho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Um aspecto importante na fala do Professor José Teodoro Filho é o
envolvimento da comunidade de forma prática com a vida da escola. Colocar para
funcionar as instituições que fazem parte da estrutura da escola possibilita
uma gestão democrática. O grêmio estudantil e os conselhos, quando funcionam de
verdade,inserem a escola na sociedade. Os resultados são positivos em todos os
sentidos. A valorização do profissional da educação é outra bandeira de linha
de frente para uma educação de boa qualidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Vejamos alguns números e suas desigualdades: 19,6% dos municípios da
região Norte ainda não oferecem planos de carreira docente. No sul, o mesmo
vale para 3,9% dos municípios. Também é bom ressaltar, que mesmo com plano de carreira
implantado na maioria das cidades no Brasil, não significa que eles estejam
sendo respeitados. Mais uma informação para formar nosso mosaico sobre o
professor: 28% dos professores do Rio de Janeiro e Espírito Santo lecionam em
mais de um estabelecimento de ensino. No Tocantins, essa proporção é de 7,4%. É
um absurdo, pois assim fica difícil construir um projeto pedagógico eficiente.
Em outro momento trataremos da disparidade de salários do professor do ensino
básico com outras profissões que exigem formação superior. Agora vamos ressaltar
o que diz a <a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>Professora Fernanda Duque.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Depois de uma fala firme e consciente do seu papel como professora e sua
visão global da educação, cheia de afeto, Fernanda Duque deixa uma reflexão interessante:de
quem é a responsabilidade de uma educação de qualidade? Será de todos?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Observação: as estatísticas apresentadas foram retiradas do Plano
Nacional de Educação 2014 / 2014.</span></div>
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-23440552710417435202019-04-24T11:51:00.003-07:002019-07-12T13:54:11.539-07:00UMA CENA DO COTIDIANO...<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na Avenida Moaci, travessa da
Avenida Ibirapuera, o farol fecha. Aproxima-se uma menina do lado do motorista,de
uns seis anos, oferecendo saquinho de bala a dois Reais. Em uma ação bem rápida,
o farol fica amarelo, ela passa pela frente do carro toda serelepe,e vai até a
calçada do lado direito.Uma moça bem jovem e bem vestida está à sua espera,
pega as moedas e as coloca em uma mochila.O farol fecha novamente e a criança
vol<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>ta para sua rotina diária e cansativa. A moça que
recebe o dinheiro não esboça um sentimento sequer.Nenhum afago ou um sorriso...
</div>
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-29016618997158582322019-03-12T15:04:00.000-07:002019-03-12T15:13:03.214-07:00OBSESSIVO<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A fila para entrar no cinema
do <i>shopping </i>estava tão imensa que dobrava
a esquina. Não gosto de fila de jeito nenhum, principalmente quando é grande
demais, porque fila grande me angustia, tenho pavor, tenho vontade de sair
correndo, tenho vontade de gritar e acabo entrando em pânico – quando criança,
era colocado de castigo, com meus amigos de escola, em fila, um olhando para a nuca
do outro,tínhamos que ficar em silêncio e se não ficávamos o castigo era
dobrado.As pessoas, em filas muito grandes, falam demais e fofocam o tempo todo.Deveriam
ficar em silêncio, como na escola, porque elas falam aos gritos e se acham
melhor do que os outros; ninguém é melhor do que o outro e se você se considera
melhor do que o outro, você é um grande...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Depois de desistir da
fila do cinema – que estava grande demais – rumei para o restaurante. Ao avistá-lo
levei um baita susto, fiquei todo arrepiado da cabeça aos pés, porque a fila de
espera era grande demais e o ambiente, escuro.Lembrei-me do dia que fiquei
preso no quarto escuro da minha casa – adultos,quando querem castigar uma
criança,colocam-na em um lugar escuro; alguns adultos são insensíveis talvez porque,
quando crianças,tenham sido colocados em um quarto escuro, assim como fizeram
comigo. Juro que não consigo entender a relação entre o quarto escuro e a fila
grande demais...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nesse dia não deveria
ter ido ao <i>shopping </i>de jeito nenhum, minha
namorada me largou sozinho, tentei esconder dela o fato de que tinha medo de
fila e de escuro e não consegui.Ela, que não é boba, percebeu;senti-me um
fracassado, mas, como se não bastasse esse abandono no cinema, também tinha a fila
grande e a sala escura e,nesse ínterim, deu-me vontade de ir ao banheiro.Imaginem
quando fui ao banheiro o que aconteceu:ao entrar não havia fila e não estava
escuro, porque tinha que acontecer o que aconteceu comigo.Quando estava saindo,a
fila para entrar tinha ficado grande demais em poucos minutos e,para piorar,
acabou a energia.Fiquei inerte por um bom tempo dentro do banheiro. Imaginem se
essa fila grande estivesse ali antes de eu entrar, teria feito xixi nas calças.<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-55682740818952765712019-02-19T03:35:00.002-08:002019-02-19T03:36:30.294-08:00MANDRAKE ENTRE AS MÚMIAS E A ESPIONAGEM<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quem nesta v<o:p></o:p></span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16px; text-indent: 47.2px;">ida já não leu um gibi ou uma tirinha de jornal? Quem nunca leu, bom sujeito não é! Não deve ter imaginação nenhuma... ainda há tempo, leia!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Saindo dos horrores
deAuschwitz, entrei de cabeça na leitura das aventuras do mágico Mandrake e seu
parceiro Lothar. Mandrake é um herói do tipo “bom moço” – comportado. Lothar,
um escudeiro leal. Pau para toda obra,com poderes simples e diferentes dos
heróis de hoje. A principal arma do ilusionista é a hipnose, a qual usa para
obter a verdade dos malfeitores. Eles não resistem ao olhar hipnotizador de
Mandrake, entregam rapidinho todo o jogo maléfico. As tiras diárias de Mandrake
começaram a ser publicadas na década de 1930. O criador do personagem foi Lee
Falk...Recebi de presente do Edílson (meu amigo livreiro, um vendedor de sonhos)
um almanaque com duas histórias do extraordinário Mandrake: “Mandrake entre as múmias”
e “Fábrica de boatos”. Boas histórias. Não sei se as crianças ainda colecionam
gibis – talvez, hoje, tenham recebido outros nomes.Eu e meu samigos
colecionávamos gibis e fazíamos trocas daqueles que não tínhamos. Essa troca de
gibis era um momento de diálogo e convencimento. Alguns amigos com mais dinheiro
vendiam seus gibis a preço de ouro (risos). O interessante do gibi é que ele despertava
a leitura,mesmo que sua intenção não fosse essa. A primeira história leva o
leitor a um passeio pelas pirâmides e os mistérios do Oriente. Um tempo tão
diferente e distante da nossa cultura. “Fábrica de boatos” vem carregada de um
viés ideológico– viés ideológico agora é moda! Mandrake tem a missão de descobrir,
para o governo americano,boatos falsos espalhados por um centro de nazistas
infiltrados no país, para desmoralizar os soldados que estão no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">front</i> da Segunda Guerra Mundial. A
intenção dos nazistas é criar confusão e confundir os americanos,colocando a
tropa americana em descrédito. Mandrake e seu ajudante Lothar são imbatíveis. Desvendam
a fábrica de boatos nazista e seu QJ e ganham a luta. Muita emoção. Vale a pena
ler.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">P.S.: outra habilidade<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>
do ilusionista Mandrake é se tornar invisível. Os inimigos ficam desorientados
diante de tal poder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-8Txqr4OUrIC0KK0GieKqc7llhQJ43eTK-ftZzmSoiwN5UGYxrSEomT2lMAz_0R6Upbh5duKFEIQiqil5O1x1xomwsVG-SRa56IfT-GSaWbjSCTbENTIGWqeDJyQ-kAVjEsgDvjd2xzk/s1600/52104971_2344546472269260_6047480932506533888_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="539" data-original-width="960" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-8Txqr4OUrIC0KK0GieKqc7llhQJ43eTK-ftZzmSoiwN5UGYxrSEomT2lMAz_0R6Upbh5duKFEIQiqil5O1x1xomwsVG-SRa56IfT-GSaWbjSCTbENTIGWqeDJyQ-kAVjEsgDvjd2xzk/s400/52104971_2344546472269260_6047480932506533888_n.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-59125286463762579122019-02-16T12:12:00.006-08:002019-02-16T12:13:41.656-08:00NADIR BUARES: UM ADEUS...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Esta semana foi de notícias tristes, com a partida de gente querida... neste sábado chuvoso e nublado, recebi a notícia que minha amiga Nadir Buares faleceu. Uma mulher além do seu tempo, determinada em suas posições políticas quando se tratava da defesa dos direitos fundamentais da vida. Uma forte ligação com a Igreja Católica no final da década setenta e em oitenta militou bravamente na organização das sociedades de base em Cotia,e<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>nfrentando preconceito, incompreendida por ser mulher e pela sua atuação política. Estivemos em muitas lutas juntos. Uma mulher corajosa! Esteve à frente da fundação e da organização do Conselho Tutelar de Cotia. Militou ativamente durante anos e salvou muitas vidas dos descaminhos da droga e da violência familiar. Uma mulher extraordinária. Com ela se construiu uma parte da democracia brasileira. Nadir, a sua luta ainda não terminou.Neste exato momento você faz parte do exército de anjos que defendem a paz. Deus, o senhor está recebendo uma mulher ética e a serviço do bem. Saudades... </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz958vJQRN_oKvPS4-VAPN5YmUBuEu2QYkmqPm4zDv1tGqPJDNngcs_xpf2kHO8Z-cLkSrj8W0BravBM8x-0VvaHdCY3GABEM3dxGfQI4CmciiG3ifE10hwLgiyeKH_PSXaOPFwLFf1tg/s1600/10341462_486916921438440_6220497019234209517_n+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="645" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz958vJQRN_oKvPS4-VAPN5YmUBuEu2QYkmqPm4zDv1tGqPJDNngcs_xpf2kHO8Z-cLkSrj8W0BravBM8x-0VvaHdCY3GABEM3dxGfQI4CmciiG3ifE10hwLgiyeKH_PSXaOPFwLFf1tg/s320/10341462_486916921438440_6220497019234209517_n+%25282%2529.jpg" width="215" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-6236290252890100682019-02-16T05:21:00.001-08:002019-02-16T05:21:30.879-08:00MEMÓRIAS DE COTIA E OUTRAS CONVERSAS: PRIMEIRA LEITURA DOANOGanhei de presente de Natal...<a href="https://memoriasdecotiaeoutrasconversas.blogspot.com/2019/01/primeira-leitura-doano-ganhei-de.html?spref=bl">MEMÓRIAS DE COTIA E OUTRAS CONVERSAS: PRIMEIRA LEITURA DOANO<br />
Ganhei de presente de Natal...</a>: PRIMEIRA LEITURA DO ANO Ganhei de presente de Natal uns livros do meu amigo Edilson , livreiro e morador de Curitiba (livreiro é uma ...Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-5586843835536589452019-02-01T08:58:00.004-08:002019-02-05T07:18:32.174-08:00BRUMADINHO: VOZES QUE PEDEM SOCORRO<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Àqueles que usam as redes sociais para criar fake news sobre
uma tragédia que causa tanta dor, registro minha indignação. O mundo precisa de
gente decente. </span><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">As montanhas das Minas Gerais choram seus mortos... Aconteceu
um crime.Após o rompimento das barragens na cidade de Brumadinho (leiam: Vale),
os moradores se perguntam quando acontecerá a próxima tragédia. Quando? Nas ruas de Brumadinho
uma senhora de cabelo branco, atônita,caminha em busca do sobrinho que tinha um
apreço como se fosse seu filho. Ela chora copiosamente e tem a esperança de que
ele pode ser encontrado ainda com vida. Ela não encontrará seu sobrinho com
vida. Infelizmente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Os bombeiros deslizam solitários sobre a lama vermelha em
várias tentativas na busca de sobreviventes. Salvam vidas. Nessas tentativas
incansáveis também encontram corpos e mais corpos. Não desistem. Cada corpo
encontrado tem alguém esperando...tem uma história. Nessa hora, qualquer ajuda
é bem-vinda, de qualquer lugar do mundo. Os rios próximos e mais distantes das
barragens agonizam. Os ribeirinhos perguntam o que será das suas vidas com os
rios visivelmente mortos. Catástrofe. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Uma senhora com sotaque acentuado no jeitinho mineiro de
falar não têm mais esperança de encontrar o marido vivo.Reclama a presença do
corpo para enterrá-lo com dignidade e decência. Dos seus olhos saem rios de lágrimas.
Os moradores de Brumadinho vitimados se desesperam diante da falta de informação.
Parece que a Vale os trata com pouco caso. Desumanização.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Esquecemos nossas tragédias rapidamente: Boate Kiss, a
tragédia de Mariana (Leiam: Samarco), o prédio em São Paulo que desabou sobre
seus moradores, os morros que desabaram sobre seus moradores na cidade do Rio
de Janeiro. Os filhos choram a morte dos seus pais,os pais choram a mortes dos
seus filhos. E a justiça anda lentamente. Em alguns casos parece que o crime
compensa. Mas são vidas humanas!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Os processos seguem esquecidos nas gavetas dos tribunais. Andam
a passos de tartaruga. Os responsáveis pelos crimes sabem da lentidão da justiça.
Sabem que a justiça está do lado de quem tem poder econômico. Pagam bons
advogados. A vida humana pouco importa para eles. Importam-se muito mais com os
recursos que a legislação permite,que evita que eles paguem indenizações. Os
processos são empurrados lentamente com a barriga. Enquanto isso, em Brumadinho,
centenas de crianças neste exato momento pedem a volta dos seus pais. Choram.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A copeira da diretoria da Vale denuncia veementemente que eles
sabiam que um acidente poderia ocorrer. Ela ouviu a conversa de alguns
diretores para burlar a legislação. Quem tem que fiscalizar não fiscaliza.
Corrompe-se. Samarco e a Vale financiaram partidos políticos e candidatos em todas
as esferas. Mancham o nome das cidades onde estão instaladas. Lucro a qualquer
custo. Existe tecnologia avançada para minimizar o impacto ambiental. Não
usaram novas tecnologias a tempo, pois o custo é maior. Desumano. Como ficam os
moradores desta região diante dessa tragédia? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Que se faça uma homenagem justa aos bombeiros e voluntários
que estão trabalhando muito além dos seus limites. Uma homenage<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>m
justa para os voluntários que recolhem e cuidam de animais. Estes são heróis de
verdade. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-17147870033258769592019-01-16T17:28:00.003-08:002019-01-16T18:24:26.317-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #1c1e21; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">PRIMEIRA LEITURA DO
ANO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #1c1e21; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ganhei de presente de Natal uns livros do meu amigo Edilson , livreiro e
morador de Curitiba (livreiro é uma profissão em extinção, mas resiste
bravamente ao tempo). Sempre quando me visita, traz livros (considero mimos) de
todos os gostos e presenteia minha família. Um <i>gentleman</i>. O livro com que fui presenteado trata de tolerância e
intolerância, um assunto atual,embora essas duas palavras acompanhem toda a humanidade...Uma
das leituras era uma reflexão sobre o Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau.
Li o livro de cabo a rabo...Comovente. A escritora, Eva Schloss, relata o tempo em
que passou no Campo de Concentração Auschwitz-Birkenau, com sua família – exemplo
de resistência. Não pense que é uma leitura tenebrosa ou mesmo deprimente, mas sim
uma experiência de vida que deve ser compartilhada,vivenciada por aqueles que
não estiveram em um campo de concentração e, também, por quem sofre algum tipo
de preconceito. Deve ser lido<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a> por aqueles que,
inconsciente ou conscientemente,espalham intolerância e ódio. Eva Schloss descreve
com delicadeza e transparência o antes e o depois do nazismo na Alemanha e na Europa.
Uma retomada pela vida extraordinária e a militância ao contar sua história... A
intolerância leva a atitudes irracionais e inimagináveis sobre a integridade
humana.Leiam. Afinal, como queremos viver? Uma boa leitura!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #1c1e21; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Obs.: já estou
viajando em outro livro pelo Oriente, nas aventuras do Senhor Mandrake.
Aguardem!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://www.blogger.com/null"><span style="color: #1c1e21; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Depois de Auschwitz – A história real
e emocionante da meia-irmã de Anne Frank que sobreviveu ao Holocausto – Eva
Schloss –Universo dos Livros</span></a><span class="MsoCommentReference"><span style="font-size: 8.0pt; line-height: 150%;"> </span></span><span style="color: #1c1e21; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwx0a8XbOG__JH2e-iXzqo71du489kmIPFlW6ABJB_49udCfXWEi8qtBzPARyHivMzUgVv_npubH-gMQFlC_RdT4Tkdq9_RtDuSCl9H05LrJeIf5i33wPpzJHPOfQx95w4xgvEzpsT7Ns/s1600/49864371_2287252347998673_5548380259260301312_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="539" data-original-width="960" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwx0a8XbOG__JH2e-iXzqo71du489kmIPFlW6ABJB_49udCfXWEi8qtBzPARyHivMzUgVv_npubH-gMQFlC_RdT4Tkdq9_RtDuSCl9H05LrJeIf5i33wPpzJHPOfQx95w4xgvEzpsT7Ns/s320/49864371_2287252347998673_5548380259260301312_n.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div>
<!--[endif]-->
<br />
<div>
<!--[if !supportAnnotations]-->
<br />
<div class="msocomtxt" id="_com_1" language="JavaScript">
<!--[endif]--><!--[if !supportAnnotations]--><a href="https://www.blogger.com/null" name="_msocom_1"></a><!--[endif]-->
<br />
<div class="MsoCommentText">
<br /></div>
<!--[if !supportAnnotations]--></div>
<!--[endif]--></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-49072930927728001312018-11-24T03:54:00.001-08:002018-11-24T03:54:03.933-08:00ESTÃO ASSASSINANDO NOSSOS JOVENS...<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br />É difícil aceitar a morte de alguém que guardamos afeto em qualquer idade. Imagine de um jovem! Um pai que tem um filho morto violentamente sente todas as dores do mundo. Uma mãe que tem um filho morto violentamente sente a dor do parto. Os pais que têm um filho morto prematuramente, de forma brutal, morrem lentamente. Quando assistimos a um jovem sendo morto a pauladas pela torcida adversária sem qualquer piedade, nos indignamos. Ele tinha uma vida pela frente! Pensamos. Ele ou ela poderia ser um médico. Poderia exercer qualquer outra profissão. Tinham tempo para isto. Poderia ser um bom pai. Poderia ser uma boa mãe. Tempo. O tempo foi encurtado por um psicopata. O tempo foi encurtado por um bando de psicopatas. O que dói é saber que tinham uma vida pela frente.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Quantos pais lamentam a morte de seu filho, que aconteceu de forma trágica. Quantos pais neste exato momento lamentam com a voz embargada e o choro doído, dispostos a estar no lugar do filho! Suplicam a Deus uma explicação. Por que, meu Deus? Os nossos filhos saem de casa para baladas e festas e não voltam. Ficamos em casa com uma angústia que vai aos poucos alterando nossos sentidos. Boca seca. Insônia. Uma sensação de que alguma coisa ruim pode acontecer. Uma sensação de que algo ruim já aconteceu. Intuição de pai e de mãe não falha. Tem gente neste mundo que não gosta de juventude. Mata por amor. Quem ama não mata. Mata porque tem o outro como posse, como se fosse um objeto. Mata covardemente. Mata por causa de um celular. Quantos sonhos aniquilados, violentamente...</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Quantos pais neste exato momento abraçam a roupa do filho que partiu brutalmente. Para sentir o cheiro. Não se desfazem dos pertences do filho para sentir sua presença. Para lembrar com saudade do filho que não volta mais! Criamos nossos filhos em uma redoma. Protegemos para que não sofram. Esquecemos de dizer que no mundo real existe gente boa e ruim. As drogas estão matando nossos filhos. Pedófilos e estupradores estão soltos. Os pais são responsáveis pela educação dos filhos, sim! Mas o Estado tem que proteger a vida dos nossos filhos. Todos os dias matam os nossos filhos. Um dia é bala perdida outro é atropelamento. A nossas filhas estão sendo assassinadas todos os dias. Viram apenas estatísticas. Os números são frios. A vida é quente. A vida não pode ser encurtada dessa maneira. A vida foi concebida para ser vivida por inteiro e com intensidade.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
Os programas sensacionalistas adoram colocar nossos filhos mortos violentamente. Dá ibope! Fazem do sofrimento da família uma novela. Exibem incansavelmente a tragédia. Desrespeito. Insinuam. A dor de um pai quando perde seu filho lateja para sempre na sua alma. A dor de uma mãe que concebeu seu filho e o vê morto violentamente a faz sangrar todos os dias. A legislação é omissa. Desumanização. O consumo cego e exagerado não pode valer mais que a juventude. É preciso urgentemente defender um Manifesto pela Vida!Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-78028299420271523722018-11-09T11:27:00.003-08:002019-03-22T17:29:35.207-07:00TOTEM ELETRÔNICO<div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span id="docs-internal-guid-fe98a0f8-7fff-2ec7-26fd-fb23fcd7d57e">
</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ao chegar ao aeroporto
de Cumbica, no início de uma madrugada, deparei-me com dezenas de totens
eletrônicos e centenas de pessoasdigladiando-se com eles. Uma loucura! Corri os
olhos desesperados no amplo ambiente com a intenção de localizar um atendente, mas
não encontrei. O desespero aumentou... Ao lado dos totens, um rapaz atendia simpaticamente
as pessoas angustiadas postadas emuma fila imensa,para tirar dúvidas de como
usar aquelas maquininhas esquisitas. Até mesmo estranhas! O atendente dizia “...
senhores ou senhoras”, com a maior tranquilidade do mundo, diante dos rostos
apreensivos dos viajantes que desejavam fazer o <i>check-in</i>,“coloquem a mão no visor do totem e sigam o procedimento...
Ele vai indicar aos senhores os passos seguintes”.Foi a mesma coisa que não
dizer nada. Absolutamente nada! Para esconder minha ignorância, fiz de conta
que tinha entendido tudo sobre aquele monstro eletrônico, bem ali na minha
frente. Juro que passou uma vontade quase incontrolável de chutá-lo (rs). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Toquei o dedo no visor
do totem e ele indicou o procedimento seguinte... Fiquei mais confuso ainda. Não
entendi quais os passos que deveriam ser dados diante daquela tela toda colorida,para
realizar o tal <i>check-in</i>. Quando você
não consegue pensar, o corpo padece. Fiquei com as mãos geladas e suando pra
caramba com medo de perder o voo.Bateu uma sensação de incompetência,achando-me
o maior ignorante da face da terra. Mesmo assim não desisti! Disfarçadamente
voltei para o final da fila e fiquei prestando atenção como as pessoas faziam o
<i>check-in</i>. Muitos viajantes voltavam
ao atendente do lado e pediam auxílio. Alguns pediram auxílio várias vezes... E
a fila ia aumentando a cada minuto. O horário do embarque estava chegando. Desespero
total. Eu olhando atentamente... Um viajante,com cara de adolescente, em menos
de dois minutos fez seu <i>check-in</i> com
a maior facilidade. Com os pés nas costas. Pensei em pedir ajuda para aquele
jovem, mas fui contido pela vergonha e pelo orgulho! Imagine que eu mostraria
meu analfabetismo tecnológico daquela forma. Nunca! Ilusoriamente, queria
manter minha dignidade, mesmo com a possibilidade de perder a viajem para
Andaluzia (rs<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Faltava pouco para,
novamente, tentar,com sucesso ou não,o <i>check-in</i>.
Desolado, imaginava que perderia aquela viagem fascinante por culpa da
tecnologia. O suor tomara conta de todo o corpo, deixando a camisa encharcada.
Não conseguia respirar direito. A falta de ar no cérebro deixa qualquer um
quase imobilizado. Não estava sozinho nesse sofrimento!Atrás de mim uma senhora
já tinha entrado pela terceira vez na fila. O seu semblante era de humilhação. Um
rosto com semblante apavorado. Pensei, com certa irritação,“imagina que vou
deixar essa máquina esquisita me vencer”. Jamais! Chegou a minha vez... Quando
levantei a mão para colocar o dedo na tela do totem eletrônico, uma voz
angelical disse “o senhor está precisando de ajuda?”. Sim! Sim! Sim! A atendente educadíssima
em poucos segundos resolveu o sofrimento que me afligia há quase uma hora.
Aquele sentimento de alívio e incompetência, ao mesmo tempo, desapareceu. A
senhora atrás de mim na fila era só alegria. Embarquei pensando na volta.Quando
chegasse em casa, teria uma aula com minha filha de 11 anos sobre como mexer com
esses monstrengos eletrônicos (rs).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">P.S.:na próxima viagem gostaria de
encontrar mais gente de carne e osso para ajudar meu analfabetismo eletrônico.<o:p></o:p></span></div>
</div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-89524338095465993772018-11-01T03:11:00.003-07:002018-11-09T11:32:03.565-08:00VOVÓ CATARINA<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: right;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center;">
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: right;">
<b><span style="background: white; color: #1d2129; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Erigi
um monumento mais duradouro que o bronze, </span></b><b><span style="color: #1d2129; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br />
<span style="background: white;">mais alto do que a régia construção das
pirâmides<br />
<span class="textexposedshow">que nem a voraz chuva, nem o impetuoso Áquilo </span><br />
<span class="textexposedshow">nem a inumerável série dos anos,</span><br />
<span class="textexposedshow">nem a fuga do tempo poderão destruir.<o:p></o:p></span></span></span></b></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%;">
<span class="textexposedshow"><b><span style="background: white; color: #1d2129; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">
Horácio<o:p></o:p></span></b></span></div>
</div>
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center;">
<span class="textexposedshow"><b><span style="background: white; color: #1d2129; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"> <o:p></o:p></span></b></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: right;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Escrever
o livro Memória & Imagem foi um grande presente, na medida em que me possibilitou
revelar a memória de antigos moradores de Cotia. Memórias que, com o passar do
tempo, estavam sendo esquecidas. Desaparecendo.Ao entrevistar esses moradores
antigos,a memória de cada um deles trouxe novidades quase apagadas e
desconhecidas dos novos moradores que vieram de todos os lugares do mundo aqui
morar. Dona Oscarlina Pedroso Victor,com as fotos antigas nas mãos delicadas ia
tecendoum mosaico das histórias desses moradores. Nesse mosaico cheio de sentimentos,
apareceu a vovó Catarina, moradora da Granja Vianna. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: right;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"><br /></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: right;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUV2TaycfpZcoyBCpUfvDPo9uyafRSHTJSd7gjqVwBhS4w-cX4Vq-FhywjFlAFgSp4EpYatn9HlMdKhluSA3ody6aIgsWJBuIxam3Wq_plgqIzYKu91dasLy1XKTqMG5b5WFpJbI8SrVk/s1600/25550430_1675467852514114_2436590712537941639_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUV2TaycfpZcoyBCpUfvDPo9uyafRSHTJSd7gjqVwBhS4w-cX4Vq-FhywjFlAFgSp4EpYatn9HlMdKhluSA3ody6aIgsWJBuIxam3Wq_plgqIzYKu91dasLy1XKTqMG5b5WFpJbI8SrVk/s320/25550430_1675467852514114_2436590712537941639_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Ao
descobri-la nesse mosaico de vidas,fui ouvi-la.Fui conhecê-la. Fui recebido por
uma “velhinha” generosa...Aquela senhora de cabelos brancos e um sorriso solícito,e,
sem cerimôniaalguma,foi tecendo seu mosaico danossa cidade. Um mosaico
carregado de encanto.Antes de falar da Granja Vianna e de Cotia,lembrou-se do marido,companheiro
de uma vida... Os olhos lacrimejaram. Frisou o amor à família. Uma senhora de
sensibilidade incrível. Com gestos elegantes, serviu um café, bolachas e um
delicioso pedaço de bolo e iniciamos a conversa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Aos
poucos ela foi falando das dificuldades que enfrentou ao lado do marido, José
Felix de Oliveira. Lembrou emocionada de quando chegaram à fazenda do senhor
Niso Vianna. A cada pincelada no passado trazia à tona uma diversidade de casos. A
cada momento fisgado da memória trazia uma história. Ela e o marido estendiam
um lençol branco na frente de sua casa e exibiam filmes em preto e branco.
Juntava gente dos quatro cantos da cidade: Cotia, do Morro Grande e Caucaia do
Alto e outros. Com aquele sorriso gostoso de ver e ouvir, revelou timidamente que,
nesses encontros, saíram namoros e casamentos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Durante
anos, a vovó Catarina foi inspetora da Escola da Granja Vianna (hoje, Escola
Vinícius de Moraes). Os alunos lembram-se de vovó Catarina com carinho. Relata
um aluno: “Quando esses fugiam das aulas para ficar na pracinha, dona Catarina
gritava lá da escola para que voltassem às aulas. Depois do terceiro chamado
ela ia buscá-los educadamente, explicava as normas da escola.Respeitava os
alunos e era respeitada por eles. A melhor cena que descreve dona Catarina é quando
ela caminhava pela Granja Vianna era cumprimentada por todos. Ela é avó de
todos os moradores da Granja Vianna. Ela é avó de todos os moradores de Cotia”.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Na
conversa sempre retomava lembranças do senhor Niso Vianna. Um homem generoso,ela
dizia. Trazia do seu mosaico lembranças das primeiras freiras que a fazenda recebeu
para prestarem serviço social. O cuidado que o senhor Niso Vianna tinha com os
funcionários da fazenda<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a> ela também relatou. Essas
lembranças são um pedaço da memória da vovó Catarina. Memórias que não serão
destruídas. Memórias que serão sempre lembradas. Gente com esse jeito da vovó
Catarina nunca desaparece. Gente assim deixa saudade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">P
S: vovó Catarina se despediu de nós em grande estilo, depois de mais de cemanos
de vida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<br /></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-6911545259715742632018-10-09T21:08:00.000-07:002018-10-09T21:08:02.308-07:00ENRICO<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Enrico é um menino muito batuta. Batuta mesmo! É igual a todos os
meninos da sua idade... Pula daqui para lá, de lá para cá. Não para um segundo
sequer! Ele <o:p></o:p></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">é, também, diferente de quase todos os meninos da sua idade. Ainda
bem que somos diferentes uns dos outros. Meu primo Enrico nasceu com síndrome
de Down. Ele é supercomunicativo. Comunica-se com os braços, que vão para cima,
para baixo e para os lados. Às vezes parece que tem mais de um par de braços,
com toda agilidade com que os movimenta. Espevitado. Comunica-se sempre com um
belo sorriso largo. Carinhoso. Comunica-se com o corpo. Os seus olhos azuis,
quando reparam em alguma coisa, também se comunicam! Os seus avós Lourdes e
João Carlos, diante de suas peraltices, correm os olhos cuidadosamente, a cada
caminho traçado por ele,com medo de que se machuque. É sempre muito rápido! O
que ele quer é se divertir.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2Jc_VjAWChGG_9qpCgOx9JaObww2_OBCirNU1zm3c-IJqtfr9AJhAwiDmJ2nWF5PL50sigimQyL0mGqia6pHvOkxgy3i4fpSE51I5zuNEysHv6ErWzNm_PW2g2PBojiFnGQONv1DnVmY/s1600/43514639_2150281698362406_7690900883571212288_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="795" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2Jc_VjAWChGG_9qpCgOx9JaObww2_OBCirNU1zm3c-IJqtfr9AJhAwiDmJ2nWF5PL50sigimQyL0mGqia6pHvOkxgy3i4fpSE51I5zuNEysHv6ErWzNm_PW2g2PBojiFnGQONv1DnVmY/s320/43514639_2150281698362406_7690900883571212288_n.jpg" width="265" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ah! Receber um abraço do Enrico com toda sua espontaneidade recarrega as
energias de bons sentimentos. O seu abraço diz tantas coisas... Acolhe... Chama
atenção... Pede carinho... Ensina... Como estamos precisando de atenção! Todas
as crianças precisam! Até adultos precisam(e muito)! Os seus pais, Fernanda e
Eduardo, cuidam de Enrico com muito amor e o defendem dos olhares atravessados.
O preconceito é um sentimento de gente medrosa e fraca. Todas as crianças
precisam ser defendidas pelos seus pais de forma amorosa. O castigo nunca
funcionou como educação, ao contrário, deixa marcas negativas e profundas. E lá
vem o meninopulando. Brincando. Sorrindo. Inteligentíssimo. Sendo motivado por
aqueles que o cercam carinhosamente. Afinal, ele é só uma criança.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxcIpyjn3v9NVHjkQ4gHWGox1o0uaZ5h-DrxA7xepGdpIf2c5pIGuXEsbudq1_Ss5oJT_DRyg3h769nAm_gANpvihoiS5gsPcTeyNAW3EPwtfvol2L7NbELmOaMkYk6mbKAFec5eMgqU8/s1600/43443773_2150282221695687_6215679230571708416_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxcIpyjn3v9NVHjkQ4gHWGox1o0uaZ5h-DrxA7xepGdpIf2c5pIGuXEsbudq1_Ss5oJT_DRyg3h769nAm_gANpvihoiS5gsPcTeyNAW3EPwtfvol2L7NbELmOaMkYk6mbKAFec5eMgqU8/s320/43443773_2150282221695687_6215679230571708416_n.jpg" width="240" /></a></div>
<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os seus bisavós, Narciso e Ida, há tempo são estrelinhas. Imagino o quanto
eles devem se divertir com o bisneto. Os avós, depois de um tempo, viram
anjos... Pulam como criança. Sorriem como criança. Abraçam como criança.
Ensinam os netos a gostar da vida. E vem Enrico, se lança no ar e cai
suavemente no colo do tio Didio e da tia Ida.seus bisavós. Quem o viu voar no
ar não entendeu nada. Nem tudo é para ser entendido. Nenhuma criança merece
sofrer preconceito. Criança gosta de brincar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJhzlFOr1P7ZRvDN982UuBtUiAjqKmJGfvWY__lor4FEC1Xwecpby9_DVQCWZ6FF-WKTGbw5mN4pYzS9TPLt9f3bA-rX_Xj2u9d8FVeJ9aJgnlb6RAlxSx2CxCvYo6V1fjZ3avQbOwvw8/s1600/43557819_2150282708362305_3659201931626151936_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJhzlFOr1P7ZRvDN982UuBtUiAjqKmJGfvWY__lor4FEC1Xwecpby9_DVQCWZ6FF-WKTGbw5mN4pYzS9TPLt9f3bA-rX_Xj2u9d8FVeJ9aJgnlb6RAlxSx2CxCvYo6V1fjZ3avQbOwvw8/s320/43557819_2150282708362305_3659201931626151936_n.jpg" width="180" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">P.S.: vi um menino outro dia com cara de anjo, em um comercial de uma
loja de magazine, na televisão. Adivinhem quem era.<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a> Meu priminho,
loirinho e sorridente. Brincando de modelo. Seu irmão Benício recebe cada
abraço do Enrico de quebrar a costela. Protejam e abracem todas as crianças do
mundo. Todas são especiais. Abracem </span></span></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-86777745396598436982018-09-18T17:19:00.005-07:002018-09-20T11:43:49.642-07:00NUNCA DESISTA... SEMPRE RESISTA!<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">No texto que escrevo falo
sobre sonhos. Há quase um ano conheci a professora Valéria Leite na bela cidade
de Recife, em uma manhã de muito calor! A professora Valéria tentava mostrar
seu trabalho –que já há algum tempo queria apresentar –, realizado durante anos
em sala de aula, com alunos que apresentavam defasagem de aprendizado. Incansável
na tentativa de mostrar aos amigos de profissão o seu jeito de alfabetizar,recebia
indiferença. Muitos opinavam sem ao menos ter lido seu projeto,mesmo com toda
evidência de fartos registros de sucesso com os alunos, com seu jeito de
ensinar as palavras. As autoridades que ela procurava para mostrar seu trabalho
não a recebiam. Estavam sem tempo. Recebeu alguns “nãos” de subalternos e afirmativas
de que esse projeto não tinha futuro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Como alguém que
trabalha com educação não sabe ouvir? Como um educador opina sobre um projeto
sem ter lido? Muitas portas se fecharam para a professora Valéria Leite, na sua
tentativa de mostrar seu jeito peculiar de alfabetizar seus alunos.Mesmo diante
das negativas, ela não desistiu da ideia de que aquele projeto tinha que ir
além da sua sala de aula. Agora, imaginem quantos projetos em escolas neste
país estão acontecendo e não são vistos. Desprezados! A falta de vontade
política não deixa. A burocracia burra não deixa. Muitos não querem mudar essa
situação para manter seu </span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">statusquo</i><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">.
Privilégios. Não pensam na comunidade, pensam em si. Mesmo assim, milhares de
professores não desistem! A Valéria Leite está entre esses professores.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Prestem atenção nesta
história aparentemente fantasiosa, mas verdadeira. Uma amiga de Valéria contou a um
amigo sobre a luta da professora para mostrar seu trabalho sobre alfabetização.
O sujeito se interessou pelo projeto e disse que tinha uma pessoa que poderia
ajudá-la. Aí é que eu entro nessa história. Fui a Recife conhecer a professora
Valéria. Eu a ouvi atentamente por um bom tempo.Ela fala</span><a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"></a><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">va
de seu projeto com entusiasmo e alegria. Os olhos brilhavam. Olhos também que umedeciam
diante das recusas que recebera. Nunca desistiu.Trocamos ideias de como poderia
materializaraquele seu trabalho. Aceitou algumas sugestões.Saí de Recife com a
tarefa de transformar aqueles registros de trabalho em dois livros: o livro do professor
e o do aluno. Vencemos a primeira etapa. Entreguei o trabalho depois de quase
um ano. Foi gratificante.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlr8Fj5KGJ4xkzKZ3vhA0Q-du_1_pMsCUEtQMaes9iD_TtnSeYVXCR2iUP8fe9fOy_d9-6rnaefF64JGOba0g9TFl04zduYE-xC3YbRJr5EpE2ihAs83wNCFSaLrYuWXSY3y4DrO4Iazo/s1600/42170105_2126761174047792_2215303324792520704_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="539" data-original-width="960" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlr8Fj5KGJ4xkzKZ3vhA0Q-du_1_pMsCUEtQMaes9iD_TtnSeYVXCR2iUP8fe9fOy_d9-6rnaefF64JGOba0g9TFl04zduYE-xC3YbRJr5EpE2ihAs83wNCFSaLrYuWXSY3y4DrO4Iazo/s400/42170105_2126761174047792_2215303324792520704_n.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Professora Valéria Leite </span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">P.S.: não posso me esquecer de citar a professora
Fernanda Cardoso que, durante esse tempo, foi companheira de Valéria Leite nessa
luta para ela ser reconhecida; também, agradecer o companheirismo do marido da professora
Valéria, o senhor Valmir, que sempre caminhou ao seu lado. <o:p></o:p></span></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-82811793084032857392018-09-06T20:56:00.002-07:002018-09-06T21:18:08.872-07:00MAS MUSEU SÓ TEM COISA VELHA, PÔ<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quem não ouviu frases depreciativas em
relação a museus? Ouvimos muitas! “Quem gosta de coisa velha é museu.” Talvez essafrase
seja a mais conhecida de todas, mas háainda outras pérolas que evidenciamum
pouco da nossa ignorância. Outra frase conhecida: “Nossa, está parecendo coisa
de museu”. E assim vai... São frases que depreciam a memória e a velhice de uma
tacada só!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O Museu Nacional, que se localiza na
Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, estava caindo aos pedaços há décadas. A
última reforma, de verdade, que aconteceulá foi em 1955. As frases acima cunhadas
têm sentido quando olhamos o quanto os museus recebem de verbas públicas para
serem mantidos. São valores desprezíveis que desconsideram todo o valor
cultural que esses guardam. Os nossos museus estão realmente velhos.
Descuidados! Outros incêndios virão, com certeza, e outros museus serão
destruídos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Agora, depois da tragédia,começam a
aparecer verbas que antes não existiam. Discursos velhos reaparecem com roupagem
nova, até a tragédia desaparecer da mídia. Aí, tudo continua velho e caindo aos
pedaços, inclusive alimentando nossa mentalidade nacional de que museu é coisa
velha. Coisa velha não merece nenhum respeito. Não merece atenção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Museus servem para educar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Na década de 1990, levamos centenas de alunos
de escolas estaduais do Estado de São Paulo para conhecer algumas cidades históricas
de Minas Gerais. Estudo de campo comum grupo de professores de disciplinas
diferentes e que envolvia o Ciclo do Ouro, com cada disciplina trabalhando um
tema. Um trabalho sensacional. As falas de todos os guias que nos acompanhavam
denunciavam o abandono dos museus e igrejas históricos de Minas Gerais. Peitorais
barrocos de igrejas e casarões caindo ou pendurados diante do descaso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os olhos dos nossos alunos brilhavam
diante das obras de Aleijadinho, em Congonhas. Brilhavam quando se defrontavam
com as igrejas históricas imponentes,carregadas de memórias. Quando viajamos,
além da aparência daquelas paredes antigas,descobrimos que aquilo que achávamos
velho não era tão velho assim. Rica em cultura,ali,naquela estrutura,está
estampada a escravidão que dizimou muitos de nós. Lá,naquelas portas,
esculturas e janelas coloniais estavam estampados a ganância e o poder,conseguidos
a qualquer custo. Vidas ceifadas. Se, de fato,quisermos construir uma memória
nacional, não podemos continuar achando que museu é só passado e cheio de
quinquilharia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ao visitar o Museu do Ipiranga, em São
Paulo,com alunos de escolas estaduais,fomos avisados pelos responsáveis da
instituição, na época, que não podíamos conhecer o jardim –o qual é semelhante ao
jardim do Palácio de Versalhes –, pois poderíamos ser atacados por
trombadinhas. Absurdo! Depois de tantas visitas escolares a espaços culturais e históricos,
constatávamos que os alunos estavam diferentes. Estavam mudados, transformados.
Viam museus e patrimônios históricos com outros olhos. Conhecimento. O “velho”
era trocado pela vontade de descobrir aquele mundo que estava ali e trazia
tanta informação. O fogo apaga nossa memória para sempre! Qual o próximo museu a
pegar fogo no Brasil? Como faz falta educação de boa qualidade!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">P.S.: “...velho é seu passado!”<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a><o:p></o:p></span></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-32847981275130616252018-08-30T20:50:00.000-07:002018-08-30T20:50:16.623-07:00TRÊS HISTÓRIAS DIFERENTES<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<span id="docs-internal-guid-b8c28758-7fff-67cb-1340-a23b6ba74350"><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Maria todos os dias levantava às três da madrugada e preparava a mesa de café para o marido, ele saía para trabalhar mais tarde do que ela. Na mesa de café deixava arrumada a comida de que eles gostavam. O filho mais velho saía bem cedo para a escola, depois do pai, de café tomado. A filha caçula dormia até mais tarde. O horário da escola era depois do meio-dia. Maria Aparecida tinha grande orgulho em ver seus filhos indo para a escola, oportunidade essa que ela não teve. Valorizava o estudo. Gente correndo atrás do seu sonho... Há anos não sabia o que era descansar no final de semana, o dinheiro extra que entrava com o trabalho de sábado e domingo era para bancar o estudo das crianças, comprar livros e outras coisas de que eles precisavam para manter a qualidade do ensino. Ela queria uma vida diferente da sua para os filhos. Ela mal sabia ler. O seu sonho era que os filhos fizessem uma faculdade. O sonho maior era o dia em que ela entregaria o diploma para suas crianças.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Maria não reclamava de cansaço...</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Antes de sair, andava pela casa como se estivesse com os pés nas nuvens para não acordar o marido e ou os filhos. Dava um beijo de despedida em cada um, todas as manhãs. Religiosamente. Depois desse gesto de carinho, Maria ia para a cozinha tomar café meio amargo e comer pão com manteiga, preparados a seu gosto. Era mulher vaidosa. Trinta minutos antes de ir para o ponto de ônibus, colocava-se diante do espelho para ficar bonita. O batom discreto nos lábios não podia faltar. Os cabelos bem penteados tomavam-lhe mais tempo. Impecável. Faltando quinze minutos para as quatro da manhã saía em direção ao ponto de ônibus que ficava a uma quadra da sua casa. Aquela manhã de quarta-feira seria diferente de todas as outras.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Se ela soubesse que sua rotina seria quebrada daquele jeito, não teria saído de casa. Talvez faltasse ao emprego, algo nunca feito.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ao caminhar alguns metros da sua casa, foi seguida por um homem. A rua era escura. Medo. Maria acelerou os passos! Poucos segundos depois, o homem caminhava a seu lado e conversava naturalmente. Mais alguns minutos, ele e ela caminhavam em sentido contrário ao seu destino. Desapareceram na escuridão da rua.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">No horário em que ela estava acostumada a chegar em casa, não chegou! Passado um bom tempo o marido, aflito, o calafrio tomando conta do seu corpo, pensou que alguma coisa tinha acontecido. Os filhos choravam pensando em algo pior. Dor na alma. O marido ligou para a patroa de Maria, que confirmou que ela tinha faltado ao trabalho naquele dia. O desespero bateu nele e nos filhos. No dia seguinte, foi à delegacia e abriu boletim de ocorrência. Com os familiares e amigos, começou uma busca incansável pelo paradeiro de Maria, sem sucesso. Três dias depois o celular tocou. Uma voz forte lhe disse para comparecer à delegacia. O delegado queria falar com ele. Gelo. A imagem de uma câmara instalada em uma casa vizinha mostrou Maria caminhando com um homem com uma faca encostada em suas costas, do lado direito. O marido chorou copiosamente. Entrou em pânico ao pensar que alguma coisa ruim poderia ter acontecido a ela.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">No altar, a vela de sete dias que Maria acendera à Nossa Senhora da Aparecida ainda queimava suavemente. De repente, apaga...</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Mais uma estatística...</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Uma semana depois, o corpo dela foi encontrado enterrado na cozinha de um homem que morava na mesma rua da sua casa. Ele tinha saído da cadeia há uma semana, onde passou alguns meses cumprindo pena por estupro e homicídio. O sonho de Maria acabou naquela madrugada fria...</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Outra história...</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Fernando, dias depois de completar dezesseis anos, conseguiu seu primeiro emprego. Muita felicidade. Mesmo antes de receber o primeiro pagamento, já fazia planos de comprar a roupa dos seus sonhos. Comprar um celular da hora. Comprar um tênis legal. Sonhos... Fernando não cabia em si! À noite, na escola, comentava com os amigos sobre o emprego. Falava desse mundo novo com entusiasmo. Planos. Quando terminasse o ensino médio, faria uma faculdade. A empresa dava oportunidade para quem estudasse. Vibrava! Em alguns casos ela até mesmo ajudava a bancar parte dos estudos. Fernando se destacava entre os amigos da escola pela amizade sincera. Um menino educado. Um sorriso maroto. Namorava Marisa e, depois do trabalho arrumado, já falava em casamento.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Tempos depois, de roupa nova e celular bacana, Fernando e um amigo caminhavam para o ponto de ônibus ao fim de um dia de trabalho. Alegre, ele falava, gesticulando, sobre seus projetos de vida... Conversava de futebol também, um papo descontraído sobre o time do coração. Sem que eles percebessem uma moto se aproximou com dois ocupantes que, aos gritos, com arma em punhos, dizem: “Perdeu! Perdeu! Perdeu! Passa o celular, babaca. Passa tudo, filho de papai!”. O amigo de Fernando entregou o tênis e Fernando não hesitou em nenhum momento em entregar o celular. Ele sempre foi muito tímido e, com o nervosismo pela cena de violência, esboçou um sorriso trêmulo no canto da boca. O carona da moto, irritado, aos gritos, diz: “Você está me tirando, meu!”. Ele atira no rosto de Fernando, que cai no chão. O amigo, desesperado, corre em busca de ajuda. Os bandidos saem com a moto em alta velocidade como se nada tivesse acontecido.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O Samu chega quinze minutos depois do ocorrido, dando os primeiros socorros. Encaminham Fernando para o hospital mais próximo, aonde ele chega com vida, ainda! Há esperança. Horas depois, a notícia que ninguém queria ouvir, o jovem foi a óbito. A família chora desesperada. A mãe, aos gritos, pergunta a Deus: “Por que meu filho?”.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A última história...</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Amor eterno. Uma festa de casamento luxuosa. Mais de mil convidados. Diziam que eram almas gêmeas, que um havia nascido para o outro. Que casal lindo! Maravilhoso. Mariana e Roberto se conheceram em uma festa na casa de uma amiga. Ele, com um bom emprego e rico. Ela, advogada e bem de vida. Financeiramente. Em menos de um ano se casaram. Em nome do amor ele queria que ela deixasse a profissão liberal que exercia. Ela hesitou no início e, depois, deixou de trabalhar para atender o desejo do marido. Tudo em nome do amor.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Com o tempo, ele começou a chegar tarde em casa. Ela, em silêncio, resignada, queria apenas ser feliz. Acreditava piamente no amor perfeito.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Um dia, na casa de amigos, em um churrasco de domingo, ele começou a duvidar da sua fidelidade. Sem que ela compreendesse o porquê, ele a acusava de estar “dando bola” para o marido da amiga. Mariana ficou em silêncio para evitar escândalo, não entendia o motivo daquele ciúme doentio. Ela se dedicava inteiramente àquele casamento. As brigas se multiplicaram. O sorriso de alegria do início (que deixava muitos casais com inveja) foi trocado pelo rosto fechado. O andar com o olhar voltado para o horizonte, agora rumava para o chão. Em uma tentativa frustrada quis falar sobre a crise do casamento. Ele foi rude e disse, aos gritos: “Tem que ser do meu jeito! E nem pense em se separar de mim. Não seja nem louca em me deixar. Você não sabe do que eu sou capaz!”. Diante da agressão verbal, ficou paralisada. Um dia Roberto chegou em casa e disse: “Você não presta pra nada mesmo!”. Que mudança aquela nele. O seu mundo desabou. O sapatinho de cristal de cinderela naquela noite trincou. Sem que ele percebesse, ela arrumou as roupas e foi para a casa da mãe. Envergonhada.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt; white-space: pre-wrap;">Lá, com sua mãe, não teve coragem de dizer o que acontecia em sua casa. Sentia-se profundamente humilhada. Culpava-se pelo fim do casamento. Os pais sentiam que alguma coisa não estava bem e escolheram a discrição como apoio. No dia seguinte, decidida, saiu bem cedo para recomeçar sua vida. Com o rosto maquiado e bem vestida, ao dar o primeiro passo naquela manhã para atravessar a rua, foi atropelada por um carro em alta velocidade. Seu corpo foi arrastado por cem metros. No enterro, o marido chorava e lamentava a morte da mulher. O amor da sua vida. Mas sua máscara não demoraria a cair...</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Uma semana depois da tragédia, os policiais que investigavam o caso de Mariana descobriram que o carro que a atropelou era de Roberto. Outra prova consistente contra ele: o atropelamento estava gravado na foto tirada pelo radar inteligente. Não havia nenhuma dúvida de quem era realmente o criminoso. Antes das provas, Roberto tinha sido ouvido pela delegada e saído pela porta da frente da delegacia. Desapareceu depois de provada sua culpa pela morte da esposa. Ele ainda não foi encontrado. Livre. Um final trágico.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Tantas outras histórias que não serão contadas e nem sequer choradas.</span></div>
</span><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"> </span></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-68873369666450567662018-08-20T06:45:00.001-07:002018-08-23T05:00:29.094-07:00O SÍTIO<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">O sítio da matinha
da Viúva, em Votuporanga, não era um lugar tão distante da cidade,fazia divisa
entre o mundo urbano e o rural. O progresso estava avançando e a cidade
começava a engolir o mundo rural, lentamente. As luzes dos postes de madeira,
que ao cair da noite ficavam distantes, com o passar dos anos foram se
aproximando. A escuridão que dividia esses mundos foi diminuindo,
aceleradamente. Com o tempo não sabíamos quem era quem nessa evolução. Tudo foi
se misturando. Adorava morar naquele sítio. Um lugar bucólico. Cheio de vida.
Ele não existe mais, agora é um condomínio de luxo. Ergueu-se uma casa maior do
que a outra.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Antes do progresso, o
sítio era assim:</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Lá onde morávamos não tinha
energia elétrica.Escuridão. Confesso que tinha medo quando começava a anoitecer.
Apesar disso, a noite estimulava a imaginação.Foi nessa época que aprendi, sem
querer, que podia brincar com as sombras, usando as mãos e a fumaça que saía do
fogo da lamparina a querosene. Foi nesse dia que descobri que,colocando uma das
mãos diante do fogo e da fumaça negra da lamparina, apareciam sombras na parede
da velha casa. Coisa de criança.Achava aquela descoberta inédita. Os olhos
brilhavam. No princípio me assustei com aqueles movimentos na parede, logo
percebi que vinham das minhas mãos. Foi só alegria. Incrível! Cada noite
inventava uma história para dar vida às sombras. Criatividade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Com as mãos fazia
desenhos de pássaros. O bico de um tucano. O voo de um papagaio... Fascinav</span><a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack" style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"></a><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">am-me aquelas sombras que se transformavam em desenhos.
Pareciam ter vida. O movimento dos braços se contorcendo, imitando uma cobra.
Fantástico. Ficava ali, criando imagens que faziam parte do meu mundo. Horas e
horas... Sonhava... Da janela da casa avistava bem longe as luzes da cidade. Os
meus olhos corriam um tempo escuro até chegar às luzes. Imaginava como seria morar
naquele lugar iluminado. Aos poucos fui descobrindo... Logo fiz amizade com os
meninos do mundo da luz, nunca esperava escurecer para ir para casa. Tinha medo
de assombração. Com o tempo fui perdendo o medo e transitando com maior
facilidade entre o mundo da luz e o do escuro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Tive uma infância
recheada de encantos...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Lembro-me das manhã sem
que minha mãe, bem nova, saía de casa para estudar.Bonita.A roupa era
impecável. Uma camisa branca feminina. Uma saia cinza que ia até o joelho, meias
brancas de colegial e sapato preto. Ao sair ela anunciava todos os cuidados que eu
deveria tomar.Minha mãe fazia o curso de magistério. Hoje ela é professora
aposentada. Meu avô: há uma lembrança nítida do meu avô Amadeu furando um poço
no sítio. Não tinha água encanada. No final da década de 1970,o país foi
acometido por surto de meningite e um agente de saúde, em visita ao sítio,
tentava convencer meu avô a tomar vacina. Ele estava reticente. Não lembro se
ele foi vacinado. Meu avô era uma pessoa introspectiva. Sempre me aconselhava sobre
os caminhos que deveria trilhar na vida. Sempre sensato. Sempre fui uma criança
“da pá virada”. Risos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ainda sobre a lamparina...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quando
demorava a pegar no sono e, às vezes, com medo da escuridão, fixava os olhos na
luz da lamparina e aos poucos o sono ia chegando. Às vezes os olhos iam se
fechando lentamente bem junto com a diminuição da claridade da luz da
lamparina. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">O que gostava mesmo nesse
sítio era o dia de cozinhar (fritar) a carne de porco no tacho no fogão a
lenha. Durante meses engordava-se um porco até ele ficar imenso. No dia de
matar o porco, os vizinhos apareciam para ajudar. Os primos apareciam... Era uma
festa. Uma alegria só... Depois de cozido, os pedaços do porco eram divididos
em latas de banha para conserva e consumo durante o ano. Geladeira não era
comum e nem todo mundo podia ter uma. Eventos como esse criavam um vínculo
forte entre amigos e parentes. No final, fazia-se a divisão da carne e os
participantes levavam um pedaço. Ninguém saía de mãos vazias. Sobre o bicho-de-pé
conto outro dia.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A lamparina, de novo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Lembro-me muito bem de
minha mãe avisando, delicadamente, para ter cuidado ao me aproximar da pequena
lavareda de fogo que saía da lamparina, para não sofrer nenhuma queimadura ou
ficar com o rosto preto de fumaça. Foram incontáveis as vezes em que meu rosto ficou
marcado com a fumaça escura da lamparina. A primeira vez que fui ao cinema,
rapidamente associei aquelas imagens projetadas na grande tela com as sombras
que construía nas paredes de casa. Durante muito tempo achei que as sombras da
lamparina tinham dado origem ao cinema.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">P.S.: sobre a matinha
da Viúva, ainda tem muita história a ser contada. Aguardem!</span><o:p></o:p></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-58378205674906155392018-08-03T12:45:00.001-07:002018-08-03T12:45:07.484-07:00Carta de apoio aos servidores públicos de Cotia<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Servidor Público de Cotia está
em greve: o prefeito se recusa a conversar com a comissão eleita pelos
funcionários. Neste momento é sensato que o Prefeito Rogério Franco abra a possibilidade
do diálogo. Essa postura do prefeito, neo-caudilhista, é contraditória com a
palavra “gestão”, que ele usa frequentemente em seus discursos. Abra o diálogo,
Prefeito!O descontentamento dos servidores é com esse “projeto”, que mexe com direitos
trabalhistas adquiridos. Ele é desastroso para a carreira do funcionalismo. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O argumento de que esses direitos
pesam no orçamento da prefeitura e inviabilizam realizações de projetos para a
cidade, no presente e no futuro, não se sustenta. Se essa administração quer de
fato uma reforma para viabilizar seu projeto de governo com seriedade, que
comece fazendo uma revisão de todos os contratos de fornecedores da prefeitura.
Faça uma revisão em todos os imóveis alugados pela prefeitura, alguns imóveis
ficaram muito tempo sem serem utilizados. Reveja a contratação de
comissionados, com altos salários, fora do normal. Altíssimos!Nenhuma reforma
pode começar sem transparência. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os Servidores Públicos de
Cotia estão indignados com razão. Esse projeto é esdrúxulo, mas mesmo assim foi chancelado
por todos os vereadores da Câmara Municipal de Cotia(!). A tentativa de
implantar esse projeto não é de hoje. O prefeito anterior, Carlão Camargo,
enviou um projeto semelhante e a Câmara Municipal rejeitou. O Prefeito Rogério
Franco enviou esse mesmo projeto do Carlão, repaginado, e a Câmara Municipal em
um primeiro momento rejeitou novamente. Foram três tentativas, considerando o
ex-prefeito e o atual, e na terceira o projeto foi aprovado por unanimidade.
Ninguém ficou contra. O que aconteceu? </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse conflito de interesses o
que é triste de ver é o jogo do prefeito, colocando os moradores da cidade
contra os Servidores Públicos. Gesto nada republicano! Os Servidores Públicos
são extensão do prefeito. São aqueles que ajudarão a colocar seus projetos em
prática. Esculachar o servidor público nas redes sociais não é um gesto de quem
quer fazer mudanças com seriedade. Expor os servidores como se eles fossem
arruaceiros e vagabundos é uma enorme falta de respeito, e é contraproducente. Transparência não
é melhor, Prefeito? Agora é hora de a comunidade ficar do lado do funcionalismo,
que a cada prefeito que passa continua ali, prestando serviços.Às vezes sofrendo
sob o jugo de péssimos administradores. Esse funcionalismo, formado por servidores
que atendem no posto de saúde,atendem seus filhos em uma sala de aula,atendem e
salvam sua vida diante de uma tragédia, merecem sua solidariedade. </div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Professor <a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>Marcos Martinez </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6177074669121659351.post-32682911525883388202018-07-20T19:34:00.000-07:002018-07-20T19:34:00.135-07:00CASA DA RUA CEARÁ<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Morei em Votuporanga
até os 15 anos de idade. Nesse tempo, morei em vários bairros e casas, cada um
deixou sua marca na minha infância. Cada um deixou marcas para sempre... O
lugar que mais deixou marcas na minha criancice foi a casa da rua Ceará. Uma
casa diferente das outras. Ela tinha um quintal imenso, brincávamos muito nesse
quintal. Subíamos em árvores. Jogávamos bola. Brincávamos de salva-pega e tantas
outras brincadeiras de criança. Era um quintal encantado. A cada dia o imenso
quintal apresentava uma novidade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">A casa da rua Ceará era
antiga e os tijolos eram grandes. Uma casa velha. Parecia feita de tijolos de
barro. Sempre achei que a casa fosse assombrada. Com o passar do tempo, ela se
revelaria assombrada...A casa tinha vida!Parecia ter memória. O banheiro era
fora da casa – algo incomum nos dias de hoje. Os quartos eram enormes.
Escuros!Na frente da casa,um belo jardim. As janelas eram pintadas de azul e as
paredes de branco. Uma casa formosa. O telhado era de quatro chuvas. A casa ficava
no canto direito do terreno. Parecia muito com casa de fazenda,mesmo sendo
dentro da cidade. Adorava morar nessa casa. Era aconchegante. Depois que mudei
de lá, parecia que estava faltando alguma coisa...Saudade. Até hoje, guardo-a em
minhas lembranças.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Entenda porque o quintal
de lá era encantado: tinha dez pés de laranja pera,doces e saborosas. Uma
enorme mangueira de manga espada. Aquela que tem fibra. Deliciosa. Pé de
pitanga. Um pé de jabuticaba. O quintal parecia o Éden. Conhecíamos as estações do
ano – verão, outono, inverno e primavera –,conforme cada fruta aparecia,cada
flor florescia. Sabíamos que aquela fruta ou flor era daquela determinada
estação. Aquele quintal era uma escola. Era um lugar de aprendizagem. Ainda de
calça curta, ganhei um canivete com bainha para descascar laranja e outras
frutas. A vitamina C estava ali, bem pertinho. Tantas outras vitaminas... O pé
de pinha era uma delicadeza. Adorava tudo ali. Na primavera, o jardim, com
dezenas de flores, enchia os olhos. A casa da rua Ceará era abençoada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Meu pai viajava muito a
trabalho. Eu e minha mãe ficávamos sozinhos. Tinha meu quarto e a janela ficava
na frente da casa,fazendo vizinhança com</span><a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"> o belo jardim. A
minha mãe dormia em um quarto ao lado esquerdo da casa. Uma noite, depois de
deitar,ouvi um barulho de algo que se arrastava pelo chão. Achei que poderia
ser um bicho ou uma barata. O barulho continuava insistentemente.Medo. A minha
respiração começou a ficar ofegante. O barulho aumentava. Ansiedade. Tirei o
cobertor que cobria a cabeça e fui investigar de onde via aquele barulho,
lentamente. Cuidadosamente. Virgem Maria!Levei um baita susto, em menos de um
segundo estava na cama de minha mãe aos gritos. O que aconteceu? O meu sapato,
que ficava ao lado da cama, estava se mexendo. Movimentando. Eles estavam
juntos e começaram a se afastar um do outro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">P.S.: apesar dessas coisas de
assombração, adorava aquela casa. Eu sentia que as paredes tinham ouvidos. A
casa tinha movimento e, com certeza, tinha muitas vidas. Aprendi tanto com ela!Outro
dia fui visitá-la e, no lugar, construíram um imenso hotel chique!Assassinaram
minha casa da rua Ceará com memória e tudo!<o:p></o:p></span></div>
Professor Marcos Roberto Bueno Martinezhttp://www.blogger.com/profile/15575176678355843775noreply@blogger.com1