terça-feira, 9 de outubro de 2018

ENRICO

Enrico é um menino muito batuta. Batuta mesmo! É igual a todos os meninos da sua idade... Pula daqui para lá, de lá para cá. Não para um segundo sequer! Ele é, também, diferente de quase todos os meninos da sua idade. Ainda bem que somos diferentes uns dos outros. Meu primo Enrico nasceu com síndrome de Down. Ele é supercomunicativo. Comunica-se com os braços, que vão para cima, para baixo e para os lados. Às vezes parece que tem mais de um par de braços, com toda agilidade com que os movimenta. Espevitado. Comunica-se sempre com um belo sorriso largo. Carinhoso. Comunica-se com o corpo. Os seus olhos azuis, quando reparam em alguma coisa, também se comunicam! Os seus avós Lourdes e João Carlos, diante de suas peraltices, correm os olhos cuidadosamente, a cada caminho traçado por ele,com medo de que se machuque. É sempre muito rápido! O que ele quer é se divertir.


Ah! Receber um abraço do Enrico com toda sua espontaneidade recarrega as energias de bons sentimentos. O seu abraço diz tantas coisas... Acolhe... Chama atenção... Pede carinho... Ensina... Como estamos precisando de atenção! Todas as crianças precisam! Até adultos precisam(e muito)! Os seus pais, Fernanda e Eduardo, cuidam de Enrico com muito amor e o defendem dos olhares atravessados. O preconceito é um sentimento de gente medrosa e fraca. Todas as crianças precisam ser defendidas pelos seus pais de forma amorosa. O castigo nunca funcionou como educação, ao contrário, deixa marcas negativas e profundas. E lá vem o meninopulando. Brincando. Sorrindo. Inteligentíssimo. Sendo motivado por aqueles que o cercam carinhosamente. Afinal, ele é só uma criança.


Os seus bisavós, Narciso e Ida, há tempo são estrelinhas. Imagino o quanto eles devem se divertir com o bisneto. Os avós, depois de um tempo, viram anjos... Pulam como criança. Sorriem como criança. Abraçam como criança. Ensinam os netos a gostar da vida. E vem Enrico, se lança no ar e cai suavemente no colo do tio Didio e da tia Ida.seus bisavós. Quem o viu voar no ar não entendeu nada. Nem tudo é para ser entendido. Nenhuma criança merece sofrer preconceito. Criança gosta de brincar.


P.S.: vi um menino outro dia com cara de anjo, em um comercial de uma loja de magazine, na televisão. Adivinhem quem era. Meu priminho, loirinho e sorridente. Brincando de modelo. Seu irmão Benício recebe cada abraço do Enrico de quebrar a costela. Protejam e abracem todas as crianças do mundo. Todas são especiais. Abracem 

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