terça-feira, 26 de novembro de 2019

Quem são os nossos professores?




Começamos com uma informação nada positiva para nós. O Brasil está ficando para trás em relação aos países mais pobres da América Latina. O que diferencia estes países do Brasil, é que eles elegeram há anos o professor como o principal protagonista para uma educação de melhor qualidade. Para isso ocorrer,eles investiram e investem no aprimoramento da formação e na valorização do professor.

Vamos agora formar um grande mosaico do perfil dos nossos professores.Quem são afinal? Numericamente, temos 2.226.423 docentes divididos, não igualmente, entre as redes pública e particular. Para ilustrar e dar amplitude a esse mosaico, vamos inserir a opinião de alguns agentes nesse cenário.Vejamos o que diz a Professora Andréia de Jesus Santos, do Ceará, sobre a sua realidade.

A professora Andréia aponta alguns caminhos que não podem passar despercebidos, de jeito nenhum. Ela joga luz sobre a importância da participação da família na vida escolar. A relação da tecnologia e a escola. Como lidar com isso? Aprimoramento continuado na formação profissional é fundamental. Um aspecto muito positivo da escola em Itarema, sua cidade:a equipe de professores vive no lugar onde trabalha.Isso é muito importante,pois conhecem a comunidade nas suas entrelinhas,o que proporciona um campo fértil para a implantação de projetos.

Colocando mais um caquinho no nosso mosaico, temos no Brasil 1.780.000 docentes do sexo feminino e aproximadamente 450 mil do sexo masculino. Continuando nossa caminhada,como anda a escolaridade dos nossos professores. Em relação à escolaridade houve uma melhora significativa,apontada de forma crescente nos dados estatísticos entre 2008 a 2018. 79,9 por cento dos nossos professores têm curso superior. Mesmo assim existem algumas desigualdades, que trataremos em outro momento. Outro dado a observar é que 70,4% por cento são formados em escolas privadas.Algumas escolas privadas, como sabemos, têm apresentado resultados negativos em suas avaliações. Esta informação nos diz claramente, que um projeto de formação continuada para os nossos professores se faz urgente.Agora, vamos ver o que diz o Professor José Teodoro Filho.

Um aspecto importante na fala do Professor José Teodoro Filho é o envolvimento da comunidade de forma prática com a vida da escola. Colocar para funcionar as instituições que fazem parte da estrutura da escola possibilita uma gestão democrática. O grêmio estudantil e os conselhos, quando funcionam de verdade,inserem a escola na sociedade. Os resultados são positivos em todos os sentidos. A valorização do profissional da educação é outra bandeira de linha de frente para uma educação de boa qualidade.

Vejamos alguns números e suas desigualdades: 19,6% dos municípios da região Norte ainda não oferecem planos de carreira docente. No sul, o mesmo vale para 3,9% dos municípios. Também é bom ressaltar, que mesmo com plano de carreira implantado na maioria das cidades no Brasil, não significa que eles estejam sendo respeitados. Mais uma informação para formar nosso mosaico sobre o professor: 28% dos professores do Rio de Janeiro e Espírito Santo lecionam em mais de um estabelecimento de ensino. No Tocantins, essa proporção é de 7,4%. É um absurdo, pois assim fica difícil construir um projeto pedagógico eficiente. Em outro momento trataremos da disparidade de salários do professor do ensino básico com outras profissões que exigem formação superior. Agora vamos ressaltar o que diz a Professora Fernanda Duque.

Depois de uma fala firme e consciente do seu papel como professora e sua visão global da educação, cheia de afeto, Fernanda Duque deixa uma reflexão interessante:de quem é a responsabilidade de uma educação de qualidade? Será de todos?

Observação: as estatísticas apresentadas foram retiradas do Plano Nacional de Educação 2014 / 2014.