sábado, 7 de julho de 2018

CRÔNICA DE UMA REALIDADE NUA E CRUA


Observando em torno, fui a São Paulo, hoje, de Cotia até perto do Shopping Ibirapuera, lugar do meu destino.Fui prestando atenção em quase tudo que meus olhos podiam ver. Cada vez que pratico esse exercício de observar a realidade desta cidade, fico gostando ainda mais dessa metrópole enlouquecida.Ensandecida! Como é bom fazer uma leitura de São Paulo. Reler ou ler lugares que de tão comuns aos nossos olhos passam despercebidos.

Ao parar no farol da Avenida Francisco Morato, entre os carros aparece uma senhora velha um pouco corcunda (terceira idade ou idade melhor como queiram), oferecendo amendoim. Vistosa! Apesar de velha o seu semblante apresentava sua beleza. Uma beleza não tão comum em um cruzamento cheio de faróis.

Em outro farol, que dá acesso à Avenida Ibirapuera, entre os carros um senhor velho com jeito distinto, esmolando.


Tanto a senhora como o senhor mostram-se bem-apessoados. Não seria comum vê-los naquele lugar. Esta nossa vida... A crise parece atingir com menor ou maior grau todas as classes sociais. Sem piedade. Passei a tarde toda pensando como aquelas pessoas foram parar ali, naquele farol.A senhora com traços finos. Será que perderam seus bens? O senhor com roupas de marca (etiquetas!),parecia um pouco embriagado. Será que perderam a família? Lembrei-me de um texto que li outro dia, com um título sugestivo para essa realidade: “Pais órfãos de filhos vivos”. Será? 

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