A
minha amiga Linda não é a primeira a reclamar do péssimo atendimento em alguns
serviços de Cotia. Outros amigos têm reclamado constantemente da falta de
educação e do desdenho com os clientes. A máxima “O Cliente Sempre tem Razão”parece
que caiu em desuso, há muito tempo. Concordo com alguns amigos quando propõem
que se devam dar cursos de formação aos que não sabem atender a um cliente.Será
que só curso de formação melhoraria a educação destes trabalhadores?
Inquietações: Como abordar um cliente? Como se deve reagir ao ser abordado por
um cliente?Como anotar para não se esquecer e dar o retorno, por exemplo, de
exames que o paciente fez? Resultados de exames não podem cair no esquecimento. Se
o cliente depois de dias cobrar o resultado do tal exame, o atendente,
funcionário ou servidor jamais poderá ser mal educado ao telefone. Jamais poderá
falar irritado, como se o cliente não tivesse razão. Afinal, é o cliente, paciente
ou freguês que mantém sua empresa de pé.
Liguei
para vários amigos de outros estados e cidades para falar sobre o tema abordado.
As resposta parece que foram combinadas, pois todos, sem
exceção, pautaram o desdenho e a grosseria daqueles que atendem em diversas
profissões. Os piores comportamentos vistos por todos, inclusive em Cotia, são
o celular e o mau humor. Você chega ao balcão e o atendente mal olha pra você,
pois o celular é mais importante que o cliente. O mal humorado te recebe de
cara emburrada como se você estivesse atrapalhando seu dia. Pior ainda é quando
alguém que te atende não sabe explicar sobre o produto que está vendendo. Exemplo,
quando você vai comprar um celular e o atendente e a chefia não sabem explicar
com funciona o aparelho. Chegam a inventar recursos que o aparelho não tem.
Será que o aumento do consumo nas últimas décadas e consequentemente o aumento
dos clientes fez com que os funcionários pouco se importassem com as pessoas
que deveriam tratar bem?Tanto faz para eles?
Em
meados da década de 70 trabalhei como empacotador no Hipermercado Eletroradiobrás,na
Rua Butantã, em Pinheiros.Todos os dias, antes de começar o trabalho, tínhamos
uma preleção de como atender bem o freguês. (Naquela época o cliente era
chamado de freguês, antigo né?) Usávamos calça marrom, sapatos pretos bem
engraxados, camisa bege com gravata marrom, e antes de iniciar as atividades
passávamos por uma revista. Hoje não existe a figura do empacotador. Quem
empacota é o próprio cliente,e ainda tem que comprar o saquinho de compras. Talvez
as empresas do terceiro setor, diante de tanta demanda,não achem importante
investir em formação. Entre os amigos, o que tem de reclamação de dentista e
advogado de serviço iniciado e não terminado ou não cumprido como reza o
contrato, é demais. Ressalvo aqueles que respeitam seus clientes. Ressalvo
aqueles que exercem sua função com ética e respeito.
Ora,
o que é inadmissível é quando o atendente age com preconceito em relação ao
cliente, com consentimento do patrão. Aconteceu comigo e conto: Em Campos do
Jordão fui almoçar com minha família em um restaurante alemão na praça da cidade.
Um garçom jovem me disse que naquele dia não iam servir almoço. Quando virei as
costas, percebi que uma família tinha sido muito bem atendida e acolhida em uma
mesa. Fiz um bom escândalo. Qual o critério que vocês usam para atender as
pessoas que vêm aqui? É a roupa? É o cartão? É cor da pele? O jovem perdeu a
cor e ficou branco igual a uma seda, e a dona, que apareceu no calor da
discussão, pedia desculpas. Em que mesa o senhor quer sentar? Fique à vontade!
Vamos dar um bom desconto. O legal de tudo isto foi quando me virei para ir
embora e vi que estava sendo aplaudido pelos clientes. Depois peguei bronca de
Campos do Jordão e nunca mais voltei.
Moral da historia: O cliente sempre merece ser bem tratado. Não é
verdade?
Parabéns pelo texto admirável.
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